2.11.12

Anytime, Anywhere

O meu coração continua pregado naqueles portões de ferro forjado onde jazem os que já partiram. Tenho a alma presa ao pedaço daquela terra estranha, e sinto a tua presença no silêncio dos meus passos. Em cada olhar lacrimejante que me atraiçoa e permanece nestes últimos cinco anos.

E mesmo que eles passem devagar com muita dor, de ti, meu amor, me lembro sempre.






31.10.12

Com a aprovação do OE2013 Portugal juntou-se ao Halloween.
Só que por mais tempo do que a festa dura.

23.8.12

Dia 23

Dia após dia de recordações dolorosas em que o dia 23 prevalece e sempre estimo, este de Agosto, é dedicado a uma amiga que perdi por tempo inteiro. Ou talvez não. Descansa em paz!

28.7.12


Espírito de desportivismo e fraternidade na honra de todos os países. A dedicação e o esforço merecem a minha solidariedade para com todos. Sobretudo os atletas portugueses.

Força, PORTUGAL!

9.7.12

"Ele não sabe nem sonha que lhe fiz a malandrice de recordar que ele é um dos bloggers mais antigos!
Mas como é o meu avô, tudo me será perdoado".

A melhor definição dele que me ocorreu está aqui




A responsabildade desta postagem é minha, A que está ao colo dele. Thita de nome para os @migos.

3.7.12

Crónica dos dias pardos


Demorei-me hoje, mais do que pensava, no rever da vida e do trajecto que já fiz.

Entre sal e sombra, viagens várias, reconheci o meu mundo espesso. Agreste. Aqui e ali, salpicado de palavras doces. Ruas escuras onde os anos foram passando, receoso que pudessem alterar as paragens de autocarro que nas idas e vindas se descobrem.

Olhei-me menino e pobre. Quase pé-descalço à conquista dum mundo novo. O tal futuro promissor que o nosso ritmo percorre depressa. Como a calçada portuguesa, ou os sonhos que demoram um sono solto.

E descobri uma nova vaga.
Aquela que me vai levar mais longe daquilo que tinha programado: a cadência dos meus próprios passos.
Um a um. Sem vacilar nas pontes que atravesso.
Nem nos amigos. Que são um bem comum.

22.6.12

“Tudo bons rapazes”



Como Martin Scorsese descreveu no drama que realizou - adaptado do livro de Nicholas Pileggi - os seus rapazes também eram os melhores. Queriam estar mais alto na vida mesmo que do sangue e morte viesse tal acréscimo.

Mas estes que a imagem retrata, são os nossos! Que as habilidades com uma bola fizeram com que a ascensão se tornasse rápida. Obrigatória quase, sem que precisassem de matar ninguém ou fazer correr o líquido da vida.

Mesmo que haja expressões ruborizadas e antropófagas que “Até os comemos!”. Ou mais verdejantes e salutares de comer a relva que pisam e cospem. Dá-me a ligeira sensação que isto é tudo uma questão de apetite. Ou fome.

E se o Portugal do futebol está nas meias-finais duma Europa em sobressalto constante, diria que no outro Portugal, mais real e menos visto, que muito bem conheço, está em tratamento de choque e a balões de oxigénio.

São os novos bons rapazes em maus lençóis, onde pacotinhos de açúcar surripiados nos cafés faz já diferença. Como os limões dos quintais vizinhos ou as laranjas ou peras ou uvas à beira da estrada.

Uns são nossos. Outros também não.


5.4.12

5 d'Abril



Por muitas efemérides que possamos celebrar – e fui um tarado coleccionador das ditas nos anos 70 – o casamento - ficará sempre gravado como um triunfo, um troféu, um chegar a não sei aonde, que nos coloca num patamar de desilusão ou sucesso na procura de uma independência que pode ser fatal nas nossas vidas ou até não.

Talvez por isso, hoje em dia ninguém se case aos vinte. Quanto muito, têm assim uns arremessos, umas ligeiras interrogações, mas não se aposta. É financeiramente perigoso e arriscado. A não ser que qualquer dos pais garanta estabilidade eterna ou um dos padrinhos seja bué da rico onde as propriedades abundem e outros recursos salvaguardem qualquer contratempo. Não tive nenhuma dessas contrapartidas, mas o Abril anterior deu-me esperança.

E assumi o dia. Nervoso. De cabelo aparado a meio das costas e fato na modernidade à-boca-de-sino como se fosse partilhar na reconstrução dum país novo. Não me assustei e mandei-me de cabeça a dizer SIM.,
E orgulhosamente só, no meu propósito casamenteiro, tenho vaidade nos filhos que a companheira que escolhi para as nossas loucuras me deu durante todos estes anos que passaram. Nela ainda muito mais.

Nestes trinta e sete anos que celebro agora, e que recordo com muita nostalgia, posso afirmar a esta distância temporal que não casei por amor. Casei completamente apaixonado.

19.3.12

O meu pai era um gajo porreiro


Era um alentejano que se viu grego para fazer face à vida difícil que se vivia para os lados de Odemira, e se fez à estrada, rumo à capital, na procura de uma vida melhor e digna quando tinha 17 anos, que nem sequer no Seixal parou onde a maior parte que partiu com ele se fixou.




Teve azar no ano em que nasceu; crescia o descontentamento em Lisboa de políticas muito parecidas como as de agora. Preparava-se já o 28 de Maio, e as convulsões ferviam nas ruas chiques de Lisboa. No Alentejo grassava a fome e o desemprego. Não havia contraceptivos, nem empresas de trabalho temporário, e muito menos a atenção dos senhores das terras para um povo esquecido e sofredor. Eram as famílias numerosas sem ajuda de qualquer espécie.
Pão e azeitonas seria o verbo.
A cafeteira do “caféi” ao lume… era a esperança de dias melhores.

E porque é que o meu pai era um gajo porreiro?
Porque partiu com a trouxa – pequena e parca – ao encontro do desconhecido e das modas. Das senhoras finas que nunca sonhara ver, e que se vestiam de proveito com modelos copiados de Paris ou de Viena. Era apenas mais um que se fazia à vida. De cara lavada e limpa. Sem medo. Como fez Gil Eanes na dobragem do Cabo das Tormentas.

“Pior não pode ser!” - imagino agora o que lhe poderia ir no pensamento. E lançou-se ao desafio. Tropeçou com Salazar e com muitas Primaveras. Caiu e levantou-se. Apanhou a II Guerra mundial, a racionalização, a crise da Europa destruída e sobreviveu. Sempre honesto e pobre a colocar nos pés dos lisboetas um andar melhor e confortável em vãos de escada. Fazia biscates no descanso semanal para me poder dar o que o pai dele – o meu avô – nunca conseguiu, infelizmente.

Ele será sempre um dos heróis nas minhas recordações até quando a memória assim mo permitir. Não por ser, apenas e só, um gajo porreiro que foi em tempos idos um puto a que não deram a mais pequena chance, mas porque era o MEU pai!

24.2.12

Um dia destes

será um dia do meu último brasão
da minha voz embargada de emoção
de palavras emocionadas com paixão

um dia destes…
vou chorar de comoção
responder a coisas sem noção
e permitir-me dizer não.

um dia destes…
perseguido pela ocasião
deixo de dançar embriagado
deixo de pensar estonteado
se perceber uma nova solução

e assim acabo
num dia destes…
de andar constantemente angustiado
por uma nova madrugada
que nos faça dizer nada e tudo
no imenso mar de medos alagado
para melhor futuro

7.2.12

Bicentenário


Acordei tão estremunhado que senti quando pus o pé no chão que hoje era um dia especial. Não me enganei e a Google recordou-me desse facto.

Se devo a muitos aquilo que sou agora, Charles Dickens figura na minha elite, pequena e curta, dos que me ensinaram a viver e a sentir.

Foi com ele que percebi melhor os meninos pobres da minha rua.
Foi por ele que entendi a ganância dos mais fortes.

Muito antes de começar a ler na escola e os títulos grossos nos escaparates dos jornais - a "A Bola", o "Diário Popular" e a "República" são mais exemplos - o meu grande amigo imaginário era Oliver Twist. Camarada e franco. Franzino como eu e atrevido. Nada nos fazia frente. Nada temíamos e víamos o mundo como mais um obstáculo que teríamos que ultrapassar.

O engraçado da coisa é que não tenho sequer um livro dele na minha estante. Deio-os todos a quem tentei ajudar na formação de quem mais amo: os filhos. Mas não dei nunca a grata memória que tenho dele. Na leitura simples de muitos anos que o meu próprio coração faz questão de seguir sempre. Nas desigualdades dos oprimidos.

13.1.12

O Adamastor



"Tão temerosa vinha e carregada,
Que pôs nos corações um grande medo;
Bramindo o negro mar, de longe brada
Como se desse em vão nalgum rochedo.
— "Ó Potestade, disse, sublimada!
Que ameaço divino, ou que segredo
Este clima e este mar nos apresenta,
Que mor cousa parece que tormenta?"


Ainda não encontrei nos areais destas praias mal frequentadas a bússola que me possa orientar onde é sul e este. E de caminhos já longos e percorridos, penso que nunca perdi o norte. Mesmo que Sereias sedutoras, transformadas em Delfins destes barrancos e vales à beira-mar plantados, me possam tentar contradizer.
É uma questão de fé e arrojo.
E mesmo que a fé nos tenha já abandonado, resiste a audácia que nos legaram Afonsos e Viriatos. Padeiras e vassalos. Descobridores e conjurados. Capitães e poetas. Operários e campesinos a quem a terra e o sustento tiraram em tempos idos.
Sou filho da terra onde nasci. E é por ela que agora vejo quem tomou montes e serras. Cada sulco cavado à rebeldia. Cada tomate apanhado. Quanta fruta apodrecida.
“Basta!”, disse um poeta da minha rua. “Os sonhos não envelhecem.”
Que fazer?, procurou indagar Lenine um dia. Mas os ideais e sonhos que acalentavam a esperança de mudar de sítio os donos dos cavalos acabou. Que faremos nós?, pergunto eu que nos meus próprios de menino queria mudar o mundo…
Não sei. E mesmo que soubesse, faltar-me-ia ainda qualquer coisa. Apenas sei que me estou a debater com uma grave crise para a qual nunca contribuí e não sei a volta a dar.
Mas há-de haver uma forma de protesto. Nem que seja à espadeirada.

23.6.11

23














Em muitos anos desta vida que me vai acontecendo, o dia vinte e tês está como um marco no percurso das minhas próprias recordações. Mesmo que não queira, não consigo esquecê-lo. E dói ao recordá-lo.

É assim o andamento da existência que não escolhemos e que nos aparece por acaso ou sorte.

Ela hoje fazia anos.

17.5.11

De que é que tens saudade?...

… é uma pergunta que se arrasta pelos meus lençóis adentro, faz algum tempo. Está escrita na parede onde os meus olhos adormecem. Temo é o saber dum chegar ao fim, sem ter balanço e acta escrita, nestes cinquenta e sete degraus que já subi. E entre altos e baixos, a pergunta renitente que me assola, resiste ao que não queria responder: “De que saudades tens?”.

Primeiro que tudo, tenho a saudade de ser menino. Da minha Mãe e do meu Pai. Da minha primeira bola. Dos amigos da minha primeira infância. Da minha escola. Tenho saudade de coisas que nem sequer me lembro, mas sei que as vivi.

Ter a saudade por perto, é um enorme desafio. É uma memória, menina e traiçoeira, que reaviva os nossos passos. O percurso pelo qual todos nós passámos e que, por vezes, temos a ingrata sugestão de não os recordar por qualquer motivo.

Não me importo de divulgar quanto gosto do mar e de mulheres bonitas. Do meu país e do meu povo. Tenho saudade do meu rio e da minha cidade onde me banhava e me apetecia. Dos meus jardins preferidos que dá à cidade de Lisboa outro encanto. Tenho saudade de vender jornais e revistas do meu tempo, que agora neles e nelas sub-escrevo. Fico com a saudade da vida, onde há um fado da Maria da Fé, que diz ter valido a pena a ter vivido.

Outras saudades me restam, já mais adultas e em primeira fila: os meus filhos e a Mãe deles. Quem sabe, um dia, podem lembrarem-se de mim.

3.5.11

Dia da Mãe

Mesmo que atrasado em relação a um calendário que regista a nossa passagem pela vida, o Dia da Mãe não tem hora marcada. Não tem hora certa nem dia castigado, mas sim lugar cativo. E é isso que faz com que todas as Mães sejam especiais. A minha, a tua, a dela e a dele.

Eu, que nunca fui Mãe, tenho um especial carinho por todas elas. Porquê? Porque à primeira vista, dá-nos a sociedade activa de que tanta gente fala, visualizá-la como um ser frágil. Um segundo plano num painel dum filme em três dimensões que imaginamos. Uma paisagem onde nos sentimos retratados, como filhos dela – a Mãe.

Mas a Mãe de qualquer pessoa que esteja a ler o que publiquei, sente que não é bem assim.
Mãe é amor. Carinho. Protecção. Forte nos dias de chuva. Emotiva nos dias de verão. É um aconchego na chegada e um sufocante adeus na partida.

Fiquei sem a minha, faz tempo que a memória não apaga. Cuidai das vossas e dai-lhos o carinho que elas merecem. Antes que seja tarde. E se arrependam depois, num minutinho só, que lhe não possam dispensar enquanto vivas.


(eis ela, alegre e sorridente como sempre foi, com a minha filha, que tornou a nossa vida mais risonha. Tal e qual como qualquer Mãe nos faz sentir.

18.4.11

Abril, 18

Hoje é dia de brindar a todas as pessoas amigas que acompanho, e com quem muito tenho aprendido há vários anos nesta brincadeira dos blogues.
Tomara tê-las na minha modesta mesa. Para enlaçá-las. Para lhes poder dizer, olhos nos olhos, o quanto as admiro e estimo.

E no conselho médico de que não me posso emocionar às segundas-feiras, e muito menos quando se celebram cinquenta e sete Primaveras, deixo um abraço a todos quantos passaram por aqui ao longo destes tempos.

O meu Obrigado.

13.3.11

a luta continua quando o povo sai à rua

Amanheceu já tarde aquele dia. E por volta das onze eu já lá estava. Exausto. Faminto por um grito a libertar.
Disse Pedro Barroso a meu lado que “ eles não sabem nem sonham o cansaço que provocam”. E é verdade.
“Estamos fartos” era o que mais se ouvia naquela imensidão de gente precária. E outra ainda mais roubada dias antes de toda a malta que continua à rasca por uma directriz vinda da Alemanha. Coisas lixadas da globalização.

Não chovia - o que era um bom prenúncio. Depois… depois começaram as romarias aos magotes. Gente simples. Nova demais para a minha idade. Disposta a marcar presença. E deu-me um calafrio. Revirei os olhos em direcção ao Carmo. Era nos meus vinte anos em 74 que ali estava, de alma e coração, pelas sete da manhã. À espera dos carros de combate do Salgueiro Maia. À espera dum sonho que todos os putos querem alcançar, sem medir consequências.

Foi o que se viu e adeus tristeza, até depois, cantava o nosso amigo e camarada Tordo por essa altura.
Hoje continuamos a sentir o quão difícil é subir a calçada de todas as Luísas que Gedeão retratou. Que Zeca Afonso cantou. Que Régio, Namora e Alexandre O’Neill apregoaram.

Será que o sinal que vi é o reviver de mais uma mudança de regime que estará para acontecer? Se assim fôr, no me olvidaré, porque será a solução que está mais ao pé. Desgraçadamente acontecida pela imcompetência destes reinantes de tigela já partida.

Ninguém deu por mim, felizmente, nos momentos que marcaram as mudanças deste país desde 1972. Mas estive sempre lá. E estarei enquanto a sorte e a má sina não me trair.

12.3.11

Há mudanças no ar

a malta da minha geração tinha josé na educação
outro na rua em contestação

a malta da minha geração levou porrada
foi morta perseguida maltratada

a malta da minha geração tinha sonhos alegria
dor e sofrimento fantasia

e a malta da minha geração apoia incontestadamente esta
ousada destemida acutilante e em festa




"Os ausentes nunca têm razão!", disse um dia Philippe Destouche.

25.2.11

Exemplares?

Último vídeo confirmado como real em 11 de Fevereiro de 2011. Mas "estas coisas" dificilmente chegam "cá". Mais propriamente, ao núcleo dos meus amigos. Digo eu.

12.2.11

Moção de censura

À semelhança de Dean Gooderham Acheson em 1950 nos EUA (o autor do célebre Plano Marshall), Francisco Lousã apresenta a ideia de apresentar uma moção de censura ao governo num momento conturbado na vida política portuguesa. Até aqui, tem todas as razões legais para o fazer. Se o timing é apropriado ou não isso é discutível. Mas o que não pode passar em claro, e ao contrário do que podem pensar os fazedores de opinião, melhor oportunidade para derrubar Sócrates não tem outra. Se é jogo político ou não, call é a minha posição.


Mas parece-me que os tipos que argumentam estar em condições para alternar e mudar as coisas ao que o país chegou não estarão para aí virados. Afinal a montanha pariu mais um rato, coitado. E coitada da montanha que é mão solteira destas coisas.

Na minha perspectiva, subscrevia outras moções de censura. Contra este povo cinzento. Contra este país que não sai, ou não sabe sair, da cepa torta. Que se verga às injustiças praticadas todos os dias no Diário da República, na Assembleia, ditas e vincadas em todos os órgãos de comunicação social, assinadas por quem nunca responderá às diligências que a História nunca deixará de enumerar.

Subscrevia ainda outras. Contra os serviços que (não) temos. Contra o roubo organizado que nem Robbin Hood conseguiria resolver. Contra a ineficácia colectiva. Contra mim próprio, que deveria estar na rua – imaginemos - com armas na mão. Contra a indignação que dizem todos termos direito a divulgar.

Mas este espaço nunca foi, nem será, um blog correctamente político.

É só mais um desabafo antes da tentação do primeiro tiro.

2.2.11

Zeitgeist II– (filme 2008)

Um filme capaz de nos fazer pensar um pouco melhor sobre tudo.
A perder não tem nada. A não ser a hora e tal que leva a visioná-lo.

Eu vi-o em dia de folga, mas há quem haja em certas noites não ter sono e ser o momento chave para reflectir.

28.1.11

Escusavas de ouvir




(por Hugo Vasques Lopes e recebido pelo meu amigo José do hi5)








Estava há dias a falar com um amigo meu, nova-iorquino, que conhece bem Portugal.
Dizia-lhe eu à boa maneira do "coitadinho" português: “Sabes, nós os portugueses, somos pobres...”.

A resposta não tardou:

"- Como podes tu dizer que sois pobres, quando sois capazes de pagar por um litro de gasolina, mais do triplo do que pago eu?
- Quando vos dais ao luxo de pagar tarifas de electricidade e de telemóvel 80 % mais caras do que nos custam a nós nos EUA?
- Como podes tu dizer que sois pobres quando pagais comissões bancárias por serviços e por cartas de crédito o triplo que nós pagamos nos EUA?
- Ou quando podem pagar por um automóvel, que a mim me custa 12.000 dólares (8.320 EUROS) e vocês pagam mais de 20.000 EUROS, pelo mesmo carro? Podem dar mais de 11.640 EUROS de presente ao vosso governo do que nós ao nosso?

- Nós é que somos pobres, pá!! Por exemplo; em New York o Governo Estatal, tendo em conta a precária situação financeira dos seus habitantes cobra somente 2 % de IVA, mais 4% que é o imposto Federal, isto é 6%, nada comparado com os 23% dos ricos que vivem em Portugal. E contentes com estes 23%, pagais ainda impostos municipais.

- Um Banco privado vai à falência e vocês que não têm nada com isso, pagam outro, uma espécie de casino,  e vocês protegem-no com o dinheiro que enviam para o Estado. Mais. E vocês pagam ao vosso Governador do Banco de Portugal, um vencimento anual que é quase 3 vezes mais que o do Governador do Banco Federal dos EUA.

- Um país que é capaz de cobrar o Imposto sobre Ganhos por adiantado e Bens Pessoais mediante retenções, necessariamente tem de nadar na abundância, porque considera que os negócios da Nação e de todos os seus habitantes sempre terão ganhos, apesar dos assaltos, do saque fiscal, da corrupção dos seus governantes e dos seus autarcas. Um país capaz de pagar salários irreais aos seus funcionários de estado e da iniciativa privada tem que viver bem à custa de não sei quem.

- Os pobres somos nós, os que vivemos nos USA e que não pagamos impostos sobre o ordenados e ganhamos menos de 3.000 dólares ao mês por pessoa, isto é mais ou os vossos 2.080 €uros. Vocês podem pagar impostos do lixo, sobre o consumo da água, do gás e da electricidade. Aí pagam segurança privada nos Bancos, urbanizações, municipais, enquanto nós como somos pobres nos conformamos com a segurança pública.

- Vocês enviam os filhos para colégios privados, financiados pelo estado, enquanto nos EUA as escolas públicas emprestam os livros aos nossos filhos prevendo que não os podemos comprar.
- Vocês não são pobres, gastam é muito mal o vosso dinheiro.
- Vocês, portugueses, não são pobres, são é muito estúpidos!"

E lá tive que engolir em seco...

12.1.11

Seis vírgula setenta e um de juros sobre empréstimo a dez anos é "boa" notícia?
Não me parece.
Como diz um amigo meu, o FEE mais o FMI estão mortinhos para virem passar uns tempos em Portugal.

De qualquer forma, fomos ouvir e ver uma opinião anterior sobre as medidas que permitiram baixar uns décimos dos juros que Cavaco elege como "as coisas não estão a correr mal".

28.12.10


É isso que estaremos p'ra ver.

Por muita dinâmica e optimismo que os, ainda, responsáveis tentem distribuir pelos incautos, eu vou cerrar fileiras. Tentar descobrir novas saídas para o atoleiro onde colocaram Portugal. Egoisticamente.
E será neste pequeno e humilde espaço, a que voltarei mais assíduamente, para auscultar e ler o que os blogues que sigo têm para dizer.

Ou morro ou fico maluco. Mas não desisto!

Facebook, só por acaso ou conveniência. Mais importante são as palavras que ando a ouvir e a acompanhar desde 2003. O ano do boom bloguístico.

Porque são estes espaços criados por gente tão distinta quanto diversificada, onde a cidadania (palavra muito em voga) e a não-subjugação fazem mais sentido.

8.12.10



Para tod@s @s amig@s em primeiro lugar, de quem já perdi o rasto. Na próxima etapa, aos que nos vão deixando sem avisar, e a quem a rapaziada se acostumou. Aos restantes que por aqui vão passando, não há necessidade.

A gente vai-se vendo por aí.