23.11.07



23 de Novembro

Todos os dias vinte e três são, ou eram, especiais. E o dia 23 de Novembro é uma data como outra qualquer para qualquer um. Mas para mim tem um significado deveras especial. Foi o dia em que mudei de vida já faz anos. Que arrumei de vez (pensava eu) as minhas traquinices inocentes e as loucuras mais maduras que um tipo da minha idade possa ter. Mesmo com o pijama vestido e os chinelos de quarto já calçados, enganei-me.

Por muito desenrascado que possa ser, ELA faz-me falta. E hoje mais que nunca. Basta pegar no ferro de engomar. Tentar decifrar todos aqueles botões das sofisticadas máquinas de secar roupa que nunca percebi, ou a de lavar loiça de um jantar onde se falava de tudo e mais alguma coisa.

A gata e os periquitos olham-me de soslaio. Inclusive, ter uma conversa passional num transporte público já me incomoda e estou a perder a paciência ao resguardar-me o mais que posso.
Os vizinhos tentam confortar-me. A rapaziada dos blogs têm sempre uma palavra de estímulo e encorajamento que me vão dando algum alento, e não me poderei queixar. Mas, de qualquer forma, queixo.

Queixo-me da vida. Da sorte. Do sacana do futuro que já viu dias melhores.
Não há nada a fazer.

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