22.6.12

“Tudo bons rapazes”



Como Martin Scorsese descreveu no drama que realizou - adaptado do livro de Nicholas Pileggi - os seus rapazes também eram os melhores. Queriam estar mais alto na vida mesmo que do sangue e morte viesse tal acréscimo.

Mas estes que a imagem retrata, são os nossos! Que as habilidades com uma bola fizeram com que a ascensão se tornasse rápida. Obrigatória quase, sem que precisassem de matar ninguém ou fazer correr o líquido da vida.

Mesmo que haja expressões ruborizadas e antropófagas que “Até os comemos!”. Ou mais verdejantes e salutares de comer a relva que pisam e cospem. Dá-me a ligeira sensação que isto é tudo uma questão de apetite. Ou fome.

E se o Portugal do futebol está nas meias-finais duma Europa em sobressalto constante, diria que no outro Portugal, mais real e menos visto, que muito bem conheço, está em tratamento de choque e a balões de oxigénio.

São os novos bons rapazes em maus lençóis, onde pacotinhos de açúcar surripiados nos cafés faz já diferença. Como os limões dos quintais vizinhos ou as laranjas ou peras ou uvas à beira da estrada.

Uns são nossos. Outros também não.