27.3.06



Dia Mundial do Teatro

Tal como todos os dias internacionais, o do teatro também é para celebrar, claro.
E fugindo um pouco de Gil Vicente, um extraordinário site disponibilizado (entre outros) por João Vidal de Sousa, este assinalável evento não pode morrer de pé como as árvores, como dizia Palmira Bastos, essa grande Senhora do Teatro português. Temos que lhe dar ânimo, já que de vida anda pelas salas d’amargura.

Sou um português que nunca foi muito de fazer teatro mas sempre gostei de boas peças. Estou a lembrar-me de Fátima Felgueiras… perdão, da Mãe Coragem de Berltolt Brecht (Lisboa, 1975), quer interpretada por Gisela May (em Nova Yorque) ou Eunice Muñoz que tive o privilégio de conhecer em fim de carreira, no Teatro Villaret.
Como se percebe, também não frequentei muitos palcos. Eram mais tapumes, pisos duros e, de vez em quando, as escadas rolantes do Parque Eduardo VII.
Quanto a actores, estou recordado de Lawrence Olivier em Hamlet (Viena, 1966), Orson Wells em Citizen Kane (Budapest, 1941), e Luís Guilherme na Reunião Misteriosa (Porto, 2006).

Quanto ao glossário apavora-me os termos, sou franco. Coxia, por exemplo, tira-me o apetite. Já para não falar do Fosso de Orquestra ou Didascal, que me dá uma ligeira sensação de hérnia sedentária à boca de cena mesmo sendo na direita baixa.
O que gosto mesmo é dos dramaturgos. Esses sim. Vivem a peça, os diálogos, fazem todos os personagens. Já a encenação tem a sua farsa. Veja-se o happening dos espectadores de futebol na intertextualidade dos seus ícones.

Para terminar este quiproquo, de maneira alguma se pretende satirizar o solilóquio. Trata-se apenas de um texto cénico onde o imprescindível ponto faltou ao ensaio. Mas acho que fiz o meu papel.

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