23.6.09

Rasgar com o futuro

Ao contrário do que dizem os analistas formados em Psicologia, rasgar com o futuro é a maneira mais delicada e correcta para nunca se desligar do passado. E nada melhor que um dia 23 para o fazer.

Não é por acaso que o visual está mudado. Tem a ver com a vantagem de me olhar ao espelho com outra expressão. Tentar sorrir perante as adversidades. Não ter medo de perder quando nada está em jogo ou tentar vencer quando se correm os riscos todos.

Mesmo vendo que não consigo ultrapassar todo um passado que não apago, é uma alma nova fingidora que me atropela. Dá para viver mais dez, quinze minutos, a respirar coisas antigas. Talvez um pouco mais, se tiver a certeza de que todos os que acompanho mais de perto estarão melhor do que eu.

Devo ser, presumo, o perdedor de vidas e factos mais novo nesta coisa dos blogues.
No entanto, é como se já tivesse ultrapassado uma barreira que, dizem, o luto nunca consegue transpor.

Vou fazer de conta que é verdade, e arranjar nas palavras novas que possa inventar outra maneira de ver as coisas.

A gente vê-se por aí!

29.5.09


O Capitão

Num país cinzento, onde quase todas as previsões apontam para um futuro ainda mais escuro, revejo a minha própria vida sem rumo e sem destino. Desiludido com as perspectivas que sempre me foram prometendo a vida, o mundo e algumas pessoas, foi bom ouvir e ver este grupo de miúdos inseridos num projecto e sonhos de um homem como o Márcio Cordeiro que não quer desistir deles.
E eu, particularmente, congratulo-me com isso. Não fosse o capitão meu neto.

Força, Márcio!

3.5.09


Filho da puta (ou o Dia da Mãe)


Se existem datas para aquém d’Abril, de todos os Maios anteriores às canções da resistência, ou muito anos antes de todas as revoluções, um deles é o dia da Mãe.


A mãe, é um laço fraterno a que nunca nos desligamos. Por muito até que façamos força (no parto até ajudava), só muito radicalmente nos cortamos do nó umbilical. É uma relação intrínseca que fica para sempre. Sejam elas boas, más, assim-assim, ou o que por isso queiram “explicar” os tipos que ganham “algum” na explanação da matéria.
Por mim, tenho guardado o meu sentimento em relação à minha.

Mas justiça se lhe seja feita: são as melhores pessoas do mundo que qualquer criança, em idade maternal, diz. E ponto final.

Segundo Freud, um tipo que não tive o privilégio de conhecer, já sabia explicar que a História é omissa no enaltecer o papel das mães. Desde Rhea, mulher de Cronos, e Mãe dos Deuses, segundo a Grécia Antiga, até às nossas mais simples: que vão ao Pingo Doce, porque é mais barato, e poupam no pão e nos vestidos e cremes para a pele que enrugada dos anos tidos já não perdoa, qualquer gajo que se julgue de sucesso devia atribuir um papel fundamental à mãe. Mesmo que custe admitir a muitos mestrados e doutores e engenheiros desta geração com que lido todos os dias.

A mãe tem um sentido que devia estar agregada ao 25 de Abril, ao 1.º De Maio, ou a todos os feriados nacionais que constam da nossa História. A todas as Revoluções ou mudanças de regimes.
Sócrates, o grego, sentiu na pele o papel da mãe. Estes “Sócrates” que vos governam nem por isso. E provavelmente, outra escolha que os “tugas” que se queixam todos os dias nas filas de atendimento, nos transportes, da incompetência dos serviços públicos, vão chamar o nome feio no primeiro título deste post à mãe desses gajos todos.
Não deveria estar certo. Era bom preservar o nome da mãe que os pariu. E os educou. E ajudou a formar, por vezes com o sacríficio que elas próprias escondem durante a vida toda, para "servir" a pátria. Assim fez salazar quando pediu às mães deste país o sacrifício dos filhos em prol dumas coisas que eu cá sei.



De qualquer forma, hoje é um dia de todos os dias da Mãe. Chegam de madrugada como as manhãs de Abril. Como as noites de preocupação com o choro duma reivindicação de Maio. A angústia da perda do sustento numa manhã de nevoeiro. O espelho da actualidade de factos que parecem incontornáveis quando uma mãe ainda jovem, se lembra dum ditado antigo: “quem tem mãe tem tudo, quem não tem mãe não tem nada.”

Eu já não tenho a minha. Agora já posso chamar aos gajos do governo de filhos da mãe. Mas aos que vão vindo por aqui, estimem as vossas enquanto puderem.

23.4.09


“Recordar a felicidade, já não é felicidade.
A recordação da dor, ainda é dor.”

Lord Byron

18.4.09

18 d'Abril

Curiosamente, o título poderia sugerir uma Colectividade de futebol ou desportos radicais. Podia muito bem ser uma marca de cervejas, uma cultura neo-liberal ou um relógio em vidro da Marinha Grande. Mas não é!

Abraça apenas uma data simples que marca o tempo do “Happy Birthday” em triplicado. Um longo e saudoso tempo. Saudoso e demasiadamente longo para quem, como eu, viveu o fado/destino tão fortemente enraizado na terra onde nasci.

E se assinalo hoje essa data, é tão-somente porque prefiro a obediência de pensar em tudo o que foi belo e bom, contrariamente aos outros dias de vinte e muitas horas de sombras e noites perdidas.

Quem sabe se partir hoje para parte incerta seja um bom começo?

15.4.09



A riqueza de um homem só, pode pesar-se pelas decisões que tomou. Pelos caminhos que leva. Pela vida que passou.
A sua própria pobreza pode avaliar-se pelos tombos que deu. Pelas pedradas nos charcos dos jardins das ilusões.

O que resta saber é se valeu a pena!

11.4.09

Isto está mudado, bolas.
Já cá venho para celebrar o meu Abril e dar uma palavrinha aos amig@s.
Só para não dizer que não mantenho uma pequenina chama acesa no que consiste em não me dar por vencido. Isso era para o Eça e outra malta que escreviam coisas bonitas e reais.
Primeiro vou abrir janelas e arrumar a casa. Mas vai com tempo que eu não tenho pressa.

Fiquem bem!