29.4.04



Uma palavra

Sei que tenho o tempo bastante preenchido com determinadas actividades mas, mesmo assim, julgo que não tenho sido muito correcto para com os meus ilustres visitantes mais recentes.
De tal modo me sinto em falta que o post de hoje é inteiramente dedicado a eles.

“Tinha um cravo no meu balcão;
veio um rapaz e pediu-mo
- mãe, dou-lho ou não?
Sentada, bordava um lenço de mão;
veio um rapaz e pediu-mo
-mãe, dou-lho ou não?
Dei um cravo e dei um lenço,
só não dei o coração;
mas se o rapaz mo pedir
- mãe, dou-lho ou não?”

(Eugénio de Andrade - Poesia e Prosa)

27.4.04



Recordar

Naquele tempo de censura as próprias canções eram escrupulosamente seleccionadas para que as influências exteriores não prejudicassem o estado de alma dum povo orgulhosamente só. Além disso, as minhas origens humildes não me proporcionavam altos voos na escolha daquilo que era a boa música. Ainda assim, nesse tempo, sempre se arranjava ocasião para ouvir Bob Dylan ou Bob Marley.
Havia o Musicalíssimo (um jornal sobre música), o Página 1 no RCP (tipo Top+ daquela época) e mais uma ou outra forma invulgar de se dar a volta por cima de que já não me recordo.
De muito do que se ouvia, recordo aqui David Bowie, The Mamas & Papas e Animals.
Ouvia-se mais Elton John e The Beatles. Devido à minha parca educação musical gostava de Deep Purple, Black Sabath e Nazareth com os posters respectivos na parede do meu quarto. Mas sempre ia ouvindo Temptations, Ray Charles e Paul Simon and Art Garfunkel. Raras vezes ouvia com frequência, Jimmy Hendrix ou Janis Joplin. Em 74 a abertura tornou-se possível e hoje até já as posso recordar aqui. Com saudades de John Lennon, os Creedence Clearwater Revival ou, porque não, Barbra Streisand.
São apenas algumas memórias.

25.4.04



Um dia, trinta anos atrás

Era uma quinta-feira como outra qualquer. Uma semana antes tinha feito os meus vinte anos e estava numa fase descomplexada da vida. Como hábito, a minha mãe chamava-me às sete (menino mimado) para me preparar para entrar a horas em mais um dia de trabalho. Coisa que raramente cumpria mas que, naquele dia, conseguiria surpreender tudo e todos.
Aquele despertar não era igual ao dos outros dias. Vergada pelos tempos de sofrimentos e cansaços muitos, ainda não batiam no relógio as ditas sete quando, entrando pelo quarto alvoraçada, ecoaram pela voz dela palavras mágicas: “ Meu filho, não podemos sair de casa. Há qualquer coisa na rua...”
Uma mola gigantesca tirou-me da cama num abrir e fechar de olhos. Ainda meio ensonado, fui ouvir as notícias que a Rádio estava a transmitir e senti-me algo estranho ao ouvir os comunicados que, repetidamente, soavam como alertas à minha jovem rebeldia. Sem pequeno-almoço tomado desci o Lavra ainda ouvindo os protestos e gritos de aviso da minha progenitora daquela casa no Campo de Santana onde nasci. Depressa me vi nos Restauradores direito ao Rossio para subir as Escadinhas do Duque, ou a Calçada do Carmo, (era à escolha) em direcção ao Largo Rafael Bordalo Pinheiro, 28, o local do meu trabalho. Entretanto, no Carmo os portões do quartel estavam fechados sem nenhum "gorducho" de sentinela. Não era hábito.
Fui o primeiro a chegar ao emprego. Não se viam muitas movimentações populares e apenas tinha visto alguns (já não me recordo quantos) Guarda Republicanos na esquina da Rua da Condessa em posição de defesa.
Quando o encarregado abriu a oficina e me viu a surpresa estava-lhe nos olhos. A partir daí foi a azáfama de quem não sabe o que fazer. Se desse para o torto estávamos numa situação complicada e perigosa, mas veio a "ordem de cima" para fecharmos as portas e ir cada um para sua casa. Era o ias...
Lembro-me da tomada do Largo do Carmo com muita gente em cima dos tanques. Eram quase onze horas da manhã. Entretanto, afluiam mais populares em todas as zonas limítrofes da área circundante ao acontecimento e lá estava eu, endiabrado e saltitante, entre jornalistas, militares e gente anónima.
Percorremos bastas vezes a Rua da Trindade - onde ficava o República - o Largo da Misericórdia, a Rua do Alecrim, o Camões, o Chiado e a António Maria Cardoso, voltando ao Carmo como se já soubéssemos que era ali o nosso lado.
Depois disso, toda a gente sabe o que aconteceu. O confronto visual das tropas do Movimento com uma companhia da Guarda Republicana mesmo ali nas minhas barbas. O heli-canhão que pairava por cima das nossas cabeças em sinal de ameaça permanente. O abrir fogo contra as paredes e janelas do quartel do Carmo. Os tiros traiçoeiros do último andar do edifício da D.G.S. que, em pânico, os pides efectuaram para tentar anular o que era irreversível. O Povo estava na rua entre gritos e choros de raivas mal contidas. Sangue jovem derramado pelas pedras da calçada davam ainda mais força à popoluça e incentivava os militares. Vivas e abraços misturados com o perfume dos cravos vermelhos que floriam na ponta das espingardas. Tanques, tiros e medos. Rádios nos ouvidos, jornais, muitos jornais, e bandeiras de Portugal nas mãos. Os discursos e as ordens nas vozes libertadoras dos soldados ouvidas nos megafones. As canções proibidas, os rostos conhecidos, os mantimentos distribuídos, os cartazes rasgados. E o Poder, por fim, caiu!
Foi um dia, trinta anos atrás, mas não era uma quinta-feira qualquer.


Eu Sou Português Aqui *

Eu sou português
aqui
em terra e fome talhado
feito de barro e carvão
rasgado pelo vento norte
amante certo da morte
no silêncio da agressão.

Eu sou português
aqui
mas nascido deste lado
do lado de cá da vida
do lado do sofrimento
da miséria repetida
do pé descalço
do vento.

Nasci
deste lado da cidade
nesta margem
no meio da tempestade
durante o reino do medo.
Sempre a apostar na viagem
quando os frutos amargavam
e o luar sabia a azedo.

Eu sou português
aqui
no teatro mentiroso
mas afinal verdadeiro
na finta fácil
no gozo
no sorriso doloroso
no gingar dum marinheiro.

Nasci
deste lado da ternura
do coração esfarrapado
eu sou filho da aventura
da anedota
do acaso
campeão do improviso,
trago as mão sujas do sangue
que empapa a terra que piso.

Eu sou português
aqui
na brilhantina em que embrulho,
do alto da minha esquina
a conversa e a borrasca
eu sou filho do sarilho
do gesto desmesurado
nos cordéis do desenrasca.

Nasci
aqui
no mês de Abril
quando esqueci toda a saudade
e comecei a inventar
em cada gesto
a liberdade.

Nasci
aqui
ao pé do mar
duma garganta magoada no cantar.
Eu sou a festa
inacabada
quase ausente
eu sou a briga
a luta antiga
renovada
ainda urgente.

Eu sou português
aqui
o português sem mestre
mas com jeito.
Eu sou português
aqui
e trago o mês de Abril
a voar
dentro do peito.

* José Fanha

23.4.04



Hoje é dia 23

Para a minha mais que tudo

Declaradamente o dia vinte e três entrou nos costumes do meu blog.
Dizem as influências que tudo tem um significado que, mesmo a figurá-lo nas minhas regras de todos os meses, tem uma condicionante que me atrapalha: a maneira de o fazer.

Por isso, hoje, meu amor, não te escrevo em versos de rimas mal escolhidas.
Apenas lembro que neste mês foste o meu anjo da guarda, a minha enfermeira, a minha noite, o meu apoio, quase o meu sustento.
Tivemos risos e choros. Trocámos abraços e beijos, mantivemos o hábito de lermos juntos e o nosso cantinho encheu-se de gente boa. Os nossos olhos encontraram-se várias vezes para dar respostas e desejar carinhos cúmplices. Rabiscámos bilhetinhos um ao outro na surpresa de encontrar colada uma simples palavra de amor, um carinho expresso num postal, na porta do nosso quarto ou no espelho azul da nossa sala.

No fundo, talvez nunca tenha sabido dizer-te as coisas lindas que mereces e, nas parcelas do meu tempo, o tardar de reconhecer que me deste uma vida com sentido. Mas conheces-me e sabes o meu modo de te estar agradecido.

19.4.04

Voltar à normalidade

Acabou-se a "baixa", terminou a Festa.
Seguir-se-á a simplicidade dos dias sempre iguais. Continuarei a tentar ser do contra como sempre fui, inventar figuras novas como sempre quis, descobrir que no amanhã há coisas novas como sempre tive. Depois, é gerir a imensidão de espaços. Livres como sempre fomos.

Não sem antes de vos dizer:


18.4.04



Aos meus ilustres visitantes

A partir de hoje, meus amigos, respeitinho cá pelo velho.
É uma idade tão bonita que me tenta a não passar daqui.
Desejo-vos, a todos, as melhores coisas como se fossem para mim.

16.4.04



Hoje mudei de sistema.
Quando vos aparecer pelo blog adentro vou vestido de XP. Manias…
Para recompor tudo aquilo que guardei ainda vai levar umas horitas mas encontrei, algures numa disquete, uns links que cá tinha de uns senhores que escrevem nos jornais.
Carlos Pinto Coelho é um. Acontece.
Depois vem a Dulce Dias, o Viriato Teles e o Nuno, que tem um blog só para jornalistas.
Mas eu já lá fui, toma.

Bom, mas até me actualizar, e readaptar-me a este novo figurino informático, desejo um bom fim de semana a todos. Eu vou estando às voltas por aqui.

15.4.04



Viajando por aí
(por blogs nunca dantes navegados...)

* O Francisco Teixeira Pinto inaugurou (ontem) a sua Galeria de Pintura Portuguesa.
Um trabalho muito bem conseguido.

* Dois outros blogs que merecem referência (há milhares, mas falta-me espaço e tempo): Lobices do Quim Nogueira e Pedaços de Mim da Lótus.

* Este Cromo (Miguel Barros) – que ainda por cima é sapiens – já me fez sorrir pela manhã. O que é bom.
No entanto, vou estar atento ao site que, diz ele, está quase pronto.

* Uma frase que me marcou numa das paragens: "É lógico que não sou contra BLOGS. Sou contra a bestalização da Internet."

13.4.04



Duas gerações, duas histórias pessoais

* Os livros que mudaram a minha vida...
por VM * - ler
* (Dica da Thita.Coloquei num blog porque a fonte é interditada pelo Pastilhas.)

* O Nome
por Buba - ler



Não estamos sozinhos


Diversidade e concorrência podem ser adjectivos qualitativos no bom sentido do termo. É o que fazem o Sapo e o Weblogger na criação de novos espaços.
Simples e discretos q.b., companheiros destas lides onde o planeamento da escrita não tem tabelas, eis alguns blogs isentos de estratégias convencionais (para todos os gostos):

Samuel - Sofia - Nelson D'Aires - CAMachado - Malukita - TucanoAzul - thedro



* Antes que a Thita se desembarace do que está a fazer, e vir lambuzar a pequenina, nada melhor que vos apresentar a Eva. Uma doçura de menina.

10.4.04



Este dias do mês de Abril, e o de Maio também, prestam-se a eventos de vária ordem.
Foi o pico do arranque da blogosfera no ano passado. Há imensos blogs que contabilizam um ano de actividade diária. Uns com ligeiras paragens, muitos outros continuando fiéis ao que se propuseram.

É o mês dos Carneiros e, como já referi, a blogoestrada está recheada deles. Por isso não se admirem se este mês teclarem um pouco mais para dar os parabéns à malta.

Celebra-se a Páscoa e a respectiva troca de amêndoas e a oferta dos tradicionais folares. Mais as viagens à terra e o aproveitar destas mini-férias para rever familiares. Com petiscos vários e muitos copos de saudade bebidos. (cuidado na estrada)

Celebra-se o 25 de Abril! Uma data histórica para mim que a vivi intensamente. No meio de toda aquela gente desde as sete e meia da manhã. Vai falar-se do golpe, entoam-se cantos, transcrevem-se poemas. Muitos dos autores de blogs nem sequer tinham nascido mas estão à vontade para continuar sem serem amordaçados. Censurados ou presos.
Aqui a questão é curiosa: Onde estava no 25 de Abril?


Soltei-me um pouco e andei por aí ao deus dará.
Fiquei com pena que a Ana Annes tivesse terminado a sua aventura. Não deletou o blog deixando-nos o seu legado intacto. O meu amigo molin está a caminho de fazer o mesmo e outro amigo, o Kappa, nunca mais deu sinal de vida. O Carlos, infelizmente, já nos habituou ao pára-arranca. A Rita Ferro Rodrigues disse adeus aos blogs. O nosso ilustre Buba interrompeu as suas belas crónicas.
Que seca. A gente habitua-se e depois...

Para colmatar estas brechas existe um apelo que nos pode prender a atenção: “Estou grávida, socorro!”. De alguma forma, LetrasAoAcaso pode tornar-se no Último Reduto da Nela Vicente. Ou então, observar de perto um magnífico trabalho de fotografia do Ricardo Lamego em 35mm. Na falta de melhores dias sempre se pode visitar o blogleilão de pintura de outro Ricardo, o Morgado.
Eu vou dar uma vista de olhos pelo Alentejo visitando, virtualmente, a linda localidade de Ouguela. O António (mais um Carneiro) conta-nos como é.


Páscoa Feliz a todos os meus ilustres visitantes e aos outros também.

8.4.04



Profecia ou Coincidência

O exercício da profecia sempre está associado ao misticismo e são muito variadas as formas de realizá-las. Todas têm em comum a fragilidade dos seus pressupostos e da técnica empregada – se é que se pode em falar em "técnica de profecia" – , isso sem falar na "qualidade" da previsão, ou seja, no grau do acerto dela. Isto vem a propósito de um e-mail recebido que, sem querer de alguma forma valorizá-lo trágicamente, me deixou pensativo.
Reza assim:

" - O 11 de Setembro, nos EUA, ficou conhecido por dar o n.º 911, que por sinal é o n.º de Emergência Médica desse país.
- Ora, passados 911 dias deste terrífico atentado, outro, não menos terrífico acontece: o 11 de Março em Espanha. (coincidência?).
- Mais terrível é o facto de a "prova dos 9", utilizada por nós desde a 4ª Classe, nos demonstrar que a soma do ano 2004 e do mês de Março (3) dá 9, e os 11 dias do mês em que foi efectuado o atentado: ou seja, o n.º 911 mais uma vez. (coincidência?).
- Agora vamos ao mais complicado da questão: se ao dia 11 de Março somarmos 115 (o antigo número de emergência do nosso país), dá-nos o dia 4 de Julho de 2004. Nada por aí além, se não pensarmos que é o dia da Final do Campeonato da Europa de Futebol.
- E se fizermos mais umas continhas chegamos mais além:
O dia 4 mais o mês (7) dá 11 (arrepiante). Outra vez a prova dos 9 - O ano 2004, noves fora dá 6. Mais os três meses que medeiam o atentado de Madrid e a final do Campeonato dá 9. Ou seja 911." (interessante, não?)

Que pensar disto?

7.4.04



* Hoje acordei muito bem disposto com esta menina a entrar pelo meu pc adentro.
O dia vai correr-me bem.

* Para quem, por vezes, anda às aranhas com o seu blog nada melhor que aproveitar as ajudas indispensáveis da Civana, da Natália Resende ou do “jotaesse”.

* Pode não ser surpreendente mas cada vez há mais blogs. Com maior ou menor qualidade cá se vai formando uma roda viva de gente que, aos poucos, se vão conhecendo e dialogando e partilhando os seus estados de alma. Os seus anceios, as suas opiniões, os seus trabalhos. É só ter tempo para eles.
Foi o que fiz.
Descobri um sem abrigo, ouvi a forma do Jazz, contestei com os Radicais pela Ética e, depois de muitas voltas fui dar à Rua da Judiaria. Não sem antes dar de caras com uma explicação muito bem conseguida sobre Bichos e conhecer a Cristina com o seu Farol das Artes.
Outros terminaram a sua caminhada para encetar um projecto a três.
Coisas que acontecem.

* Por momentos, envaideci-me: a blogosfera está cheia de Carneiros.
Ele é o Francisco Amaral, elas são a Catarina, a Teresa e a Thita e, para não parecer exagerado, menciono só mais o meu irmão e eu. Há por aí mais alguém?


6.4.04



Isto dos blogs tem os seus quês de incontornável. Estive a verificar quantos links tenho eu do lado esquerdo e cheguei à triste conclusão de que não posso visitá-los todos – como deve ser - em dois ou três dias. A linha editorial deste blog era, e é, falar do que os outros escrevem, descobrem e transmitem. Estou a desviar-me do contexto e a ficar vaidoso (!).
Não pode. Por isso, vou tentar falar menos de mim (não é interessante) e dar voz aos ilustres desconhecidos que nos dão o privilégio de conhecer o seu trabalho.

* A Arte de Jim Warren.

* A música de Buddy Guy que o Rui descobriu.

* A Animação de Rumsfeld através do Desblogueador de Conversa.

* Um novo blog que nos fala, entre outras coisas, de Alcatraz. Promete.

* O Café está em sucesso contínuo. Com algumas calorias, muito movimento e música variada. É maizum a ter em conta.

* Luisa Henriques, Bisa para os amigos, enviou-me uma utilidade: uma forma de descobrir a companhia de Seguros Automóvel dos bate-e-foge. É só apontarem a matrícula. Confira.

E pronto, amanhã outras gentes se conhecerão.

5.4.04



Como podem ter passado vinte e nove anos tão depressa?
Olho para trás e vejo os filhos crescidos que trazem consigo mãos pequeninas no colo. Nesses filhos que tenho emanam outros filhos e filhas de outras gentes que ficaram como genros e noras.
Vinte e nove anos de tudo e de nadas. Vinte e nove anos de histórias misturadas de felicidade e amargos de boca. De trabalhos e canseiras. De mudanças em vários cores. Anos bons aliados a outros que nem tanto, mas que a vida, nestes vinte e nove anos, me soube explicar.
Nunca saberei se os mereci. Nunca descobrirei se de outra forma era melhor.
Mas estes vinte e nove anos já ninguém mos tira. São o meu destino e parte importante da minha história.

4.4.04



Matemática útil

Já pensou naquelas pessoas que dizem que estão dando mais que 100% delas mesmas?
Todos nós já estivemos em reuniões em que alguém quer mais que 100%, certo ?
Que tal então chegar a 200% ?
Aqui vai uma pequena matemática que pode ser útil:

Se: A B C D E F G..., são respectivamente: 1 2 3 4 5 6 7... façamos o seguinte código;

A=1 B=2 C=3 D=4 E=5 F=6 G=7 H=8 I=9 J=10 K=11 L=12 M=13 N=14 O=15 P=16Q=17 R=18 S=19 T=20 U=21 V=22 W=23 X=24 Y=25 Z=26
então teremos na soma:

S A B E D O R I A = 19+1+2+5+4+15+18+9+1 = 74%

T R A B A L H A R = 20+18+1+2+1+11+8+1+18 = 80%

A T I T U D E S = 1+20+9+20+21+4+5+19 = 99%

F A Z E R P O R R A N E N H U M A =
6+1+26+5+18+16+15+18+18+1+14+5+14+8+21+13+1= 200%

Conclusão:

A SABEDORIA vai lhe dar 74%.
TRABALHAR vai melhorar um pouco o seu aproveitamento.
Já as ATITUDES vão levá-lo bem próximo à perfeição, mas FAZER PORRA NENHUMA vai levá-lo ao dobro do máximo de sua capacidade.

Não é por acaso, que quem não faz porra nenhuma é mais valorizado, pelo menos aqui no nosso país, não é verdade?!!
Tenham uma excelente semana e....continuem a dar 200%!

2.4.04



Numa tentativa de entender o momento por que passa a blogosfera portuguesa, fomos (eu e o meu cão) ouvir o que pensam algumas personalidades de vários quadrantes, políticos e sociais, para esclarecimento da opinião pública sobre a expansão dos blogs. A questão colocada foi como vêm o actual estado dos blogs portugueses depois de ” O Meu Pipi” ter encerrado.

O chefe de Governo português reafirmou a importância de abandonar as “polémicas do passado” e avançar no sentido de “melhorar as condições de vida dos blogs portugueses” por forma a “construir democracia e paz” nesta blogosfera e para que a mesma possa ser integrada na comunidade internacional bloguista.

O Nobel da Literatura, o primeiro comunista que conheço a incentivar o voto em branco, apreciou o momento da blogosfera começando por criticar a forma como está organizada a opinião a nível de blogs. Saramago defendeu que o cidadão comum deixou de poder intervir nos ditos dada a evolução que estes tomaram. Apesar das críticas, o escritor disse não estar contra a existência dos blogs políticos ou os côr-de-rosa e, ironizando, salientou que bastaria apenas que fossem menos “tagarelas”.

Santana Lopes comentava as indirectas lançadas por Cavaco Silva, no Público, sobre cedências do executivo do seu staff aos desinteressantes blogs, dando como exemplos o Muito Mentiroso e o Bloguices.

"Por mim, até podem trazer os blogues da Alemanha, mas não há dinheiro para pagar a uma classe de topo para aprender a blogar particularmente em Portugal, por isso fazemos posts contra quem podemos chatear. Assim sendo, escolho blogues diferentes de maneira a criar novos desafios. Já sabemos que há determinados blogueiros com os quais vamos nos pegar já na semana que vem. Por isso, em vez de fazer coisas repetitivas, tipo da baliza nacional ser lugar privilegiado, opte-se por lançar novos obstáculos para que os golos que já ninguém sofre possam ter outros culpados. Penso que isso vem dar mais emoção e mais chateação", salientou Scollari, o técnico campeão do mundo.


"Mulheres bloguistas, conscientes da vossa vocação de mulheres e de mães, continuem a olhar para as outras pessoas com o coração. Continuem a ir ao seu encontro com a sensibilidade que é inerente ao instinto maternal. A vossa presença é indispensável nos blogs, no S. Luiz, no Porto e na comunidade bloguista onde se possa jantar e conhecer novas pessoas", afirmou João Paulo II perante dezenas de milhar de blogueiros reunidos no Jardim da Capela Cistina na cidade de Roma.

“ Sim, tenho a noção de que se fez muita merda para um escalão etário acima dos 30 anos, mas também acho que há pessoas abaixo dos 30 que podem ter vontade de fazer o mesmo. Há blogs que estavam originalmente gravados com posts e comentários e que eu decidi não comentar. Talvez com nova roupagem quer através de e-mail que através de diferentes pedidos de satisfações pessoais possa haver uma nova era de insultos como havia antigamente”. Disse-nos Ferro Rodrigues à saída do TIC onde se encontrava em testemunhos finais abonatórios a favor do seu delfim.

O Conselho Superior de Magistratura (CSM) impôs a lei do silêncio aos juízes, proibindo-os de prestar declarações sobre o momento bloguista em curso ou sobre as tendências de outros blogs, segundo conseguimos (eu mais o meu cão) apurar.





À hora do fecho deste post não conseguimos chegar à fala com Jorge Sampaio, Tino de Rãs e George W. Bush por motivos alheios à nossa vontade. Os nossos mais sinceros pedidos de desculpas.

1.4.04



Dia das Mentiras

Num registo mais caseiro, desde coser os bolsos, a pôr sal no açucareiro, a trocar a ordem das páginas dos jornais, colar mensagens nas costas de amigos e familiares, pedir às pessoas que façam recados absurdos, aos mais recentes telefonemas ou e-mails, vale quase tudo para pregar uma boa partida. Sobretudo se a vítima também puder rir-se no final...
Vou andar por aí a ver se descubro alguma.

* Esta não é treta. Estava já de saída quando deparei com O Café mesmo aqui perto.
Abriu no dia em que fui passar “férias” a S. José. Como de alcool estou saturado, ao menos sempre converso com amigos, oiço música, leio os jornais e, se me apetecer, até jogo um bocadinho. Um galão e uma torrada nunca fizeram mal a ninguém...

* O DESEJO CASAR vai “casar”. Logo, a previsão de tal acto confere-lhe o estatuto de blogger nas horas vagas com pantufas acolchoadas e roupão estampado de seda azul.
Fica-lhe bem mas ficamos nós mal.

* Até à data, esta foi a melhor que encontrei. Mas será mentira?
(gentileza de Blasfémias)