7.2.12

Bicentenário


Acordei tão estremunhado que senti quando pus o pé no chão que hoje era um dia especial. Não me enganei e a Google recordou-me desse facto.

Se devo a muitos aquilo que sou agora, Charles Dickens figura na minha elite, pequena e curta, dos que me ensinaram a viver e a sentir.

Foi com ele que percebi melhor os meninos pobres da minha rua.
Foi por ele que entendi a ganância dos mais fortes.

Muito antes de começar a ler na escola e os títulos grossos nos escaparates dos jornais - a "A Bola", o "Diário Popular" e a "República" são mais exemplos - o meu grande amigo imaginário era Oliver Twist. Camarada e franco. Franzino como eu e atrevido. Nada nos fazia frente. Nada temíamos e víamos o mundo como mais um obstáculo que teríamos que ultrapassar.

O engraçado da coisa é que não tenho sequer um livro dele na minha estante. Deio-os todos a quem tentei ajudar na formação de quem mais amo: os filhos. Mas não dei nunca a grata memória que tenho dele. Na leitura simples de muitos anos que o meu próprio coração faz questão de seguir sempre. Nas desigualdades dos oprimidos.

1 comentário:

TheOldMan disse...

O meu favorito é "The Pickwick Papers", Eduardo.

O "Oliver Twist" acabou por me dar pesadelos, especialmente por causa do sacana do Fagin.

Abraço

;-)