31.8.05



"E alegre se fez triste..."

“Que o poema seja microfone e fale
uma noite destas de repente às três e tal
para que a lua estoire e o sono estale
e a gente acorde finalmente em Portugal”

30.8.05



As pombinhas da Katrina

Habitualmente considero-me um optimista, valendo-me para isso daquele dito que uso em ocasiões menos propícias para a boa disposição: “há coisas piores!”

Também não fujo à regra do tradicional “só acontece aos outros” tão português. Provavelmente, por convencimento. Ou, na melhor das hipóteses, por ter uma sorte do caraças.
Mas uma coisa destas deixa-me perplexo perante as nossas próprias “catástrofes”. Portugal e os portugueses deviam dar-se por sortudos quando apenas lidam com as coisas que toda aquela malta de New Orleans tomara ter como problemas principais. E já não falo da fome em África, nem de Chernobyl ou Tchetchénia ou do Sudão. Nem tão pouco de casos como o de Beslan, o conflito israelo-árabe ou, até, a supressão das liberdades na Coreia e todas as outras guerras que nos tiram os filhos e os netos e destroem por completo famílias inteiras.

Temos apenas os fogos para apagar, hospitais por construir e os miúdos para educar, alimentar e vestir. Lidamos com dirigentes mal-formados, temos a corrupção institucionalizada e sabemos de antemão que não se arranjam soluções para os sem-abrigo, para os toxicodependentes e para os velhotes que tentam sobreviver com trinta e tal contos de reforma. Comparando este cenário com as tragédias alheias, até a crise de avançados no Benfica tem que ser piada.

Cá p’ra mim, os portugueses queixam-se demasiado. Não, porque não tenham razões para isso. Mas apenas porque as desgraças que acontecem aos outros parecem-me bem piores. Digo eu.

28.8.05

Um domingo como outro qualquer… é isso! Onde a realidade virtual se pode confundir com a outra; a de carne e osso, onde realmente se pernoita e nos estendemos. Por onde se pode caminhar sem luz e, por vezes, com a candeia às avessas. Uma questão do nosso próprio caminho e escolha.

Mas como diz a Pimentinha: "para ser Poeta não chega juntar palavras bonitas".

A mim, basta tentar encontrá-las.
E quando juntas, se proporcionarem um clima bom, ficarei com mais um dia ganho.

Mesmo que se tenha que passar por várias mutações.


Ah!... não esqueçam. A minha amiga Maria faz anos hoje.

Um bom domingo a todos!

24.8.05



O 23 a vinte-e-quatro

Este tinha que ser diferente, pikena.
O regresso às loucuras. Às coisas que adiámos. Ao recuperar de outros sons, imagens, odores.

Porque fazia tempo que não pisávamos a relva onde “Proibido” está patente.
Fazia tempo que não trocávamos beijos na via pública, que não dançávamos até ao romper da aurora e não víamos o sol nascer assim tão perto.
Fazia tempo que a nossa indumentária não passava do classicismo trivial e nos comportávamos mal e até às tantas.
Fazia tempo que não mergulhávamos nus no mar da Caparica, e misturávamos o nosso suor naquela areia que ainda se lembrava de nós.
Fazia tempo que não abríamos uma garrafa de Champagne em cima das nossas rochas preferidas com dois copos de pé alto a escorrer pelas gargantas.
Fazia tempo que não cumpríamos as promessas de amor e jurar que voltaríamos.

Fazia tempo. Já não faz!

17.8.05



Sonhos de Verão

Provavelmente muita gente desconhece o que faço. Profissionalmente falando, claro.
Mas eu digo, não há crise. Para além de outras actividades que me permitem auferir aquilo que dá para comprar melões, um dos meus trabalhos é redactorial. Um sonho que tive desde miúdo.

Como este ano o “boss” engatou-me as férias todas, não tenho outro remédio senão ficar sozinho na redacção sem os colegas ilustres.
É vê-los, ou melhor, é ouvi-los pelos demasiados objectos das novas tecnologias que tenho à minha disposição, mensagens de satisfação (a deles) e os pedidos mais aberrantes que se podem fazer a um gajo que está na minha situação. E cada um deles, em pólos terrestres diferenciados, um melhor que o anterior.
- Tô, Eduardo? Não te esqueças de… blá-blá-blá…
- Edy, podes ligar daí à minha mãe a dizer….
- Oi, bigodão, tudo bom? Vaidá p’ra vc fazer um favô …?


Claro que sei que as minhas responsabilidades são receber os jornais de serviço, atender os telefonemas de gentinha maldisposta e tratar de um aquário que tem mais peixes do que tickets eu recebo para almoçar. Mas tudo na boa. Um bom profissional não olha a sacrifícios quando o bom funcionamento da equipa se requer primordial.

Aliás, é com este espírito de solidariedade laboral que arranjei amigos do peito, posso dizê-lo.
Já tenho em arquivo as queixas do Marcelo Rebelo de Sousa, os faxes do Miguel Sousa Tavares e as amigáveis explicações do Ministério das Finanças sobre o retardar no recebimento do IRS da minha pikena. Isto sem falar dos inúmeros pedidos de esclarecimento sobre o paradeiro do Eng.º Sócrates, ou se é aqui que funciona a DGRF (Direcção-Geral dos Recursos Florestais).

Eu não tenho culpa de todo este reboliço, bolas! Férias são férias, ou não?
A minha posição social, o meu ordenado e o contrato a prazo que ainda não rasguei, apenas dá para cultivar uma amizade com os “seguranças”, ser gentil com as senhoras da limpeza e levar a comida ao Farrusco e ao Tareco.
Por isso, vou entregar a chave desta merda à vizinha da frente e deixar uma folha A4 a cores a dizer:



Até que o me alerta para a realidade. Com uma mensagem do "chefe" incorporada e tudo: "Então, estavas a dormir ou quê...?"

16.8.05



Pois! Dos chamados blogs regionalistas, nada.
Quase ninguém fala da terra deles. E temos um país de Festas tão giras...

(vou recolher para outros lados)

Folclore português

* Com tantas Festas e Feiras em Vila Nova da Barquinha, Fundão, Torres Novas, Gouveia, Ourém, Tomar, Loulé, Arruda dos Vinhos, Viana do Castelo, Sines ou Odemira e outras aldeias de Portugal, vou começar por aqui. Depois vou dar um salto a Valpaços e outro a Fafe.

15.8.05



Vou ficar à espera!

À espera que o feriado da Nossa Senhora d'Anunciação acabe para me dedicar esta semana à recolha dos eventos festivos e suas histórias nos blogs das terras de Portugal. Como o de Colares, por exemplo.
Caso saiba de alguns...

14.8.05



Já não tenho pedalada para Festas até às tantas!

Vou à procura do frasquinho dos sais de frutos. A coisa não está famosa, hehe...

De qualquer maneira, um bom domingo.

13.8.05

Para o fim, reservei o gesto de te ofertar flores. Virtuais. Sorrisos e gestos que podes ver. Palavras próprias, de circunstância e brinde, como se estivesse ao pé de ti.



E uma canção...


ps - quem é que faz anos a seguir?

12.8.05



Para a feliz continuação da Festa da Cinda (vão dar um beijinho à rapariga, catano) contratei algumas figuras do mundo do espectáculo. Esta então, adora Portugal e pataniscas com arroz de feijão. Foi o nosso almoço. Ela aí está:




Apresentação da prenda de António Castilho Dias... já a seguir


Eis então, uma das prendas giras que esta miúda merece. Também digo o mesmo, António Dias. Tal e qual como toda esta rapaziada.

Mas há mais.
Esta, por exemplo. Ou esta..

Outro convidado especial. Senhoras e senhores: música clássica. (de que tanto gosta a nossa convidada de hoje). Monsieur Michel!



Este gajo continua a passear-se por aqui mas não me importo. Continuemos.
Estava a pensar aconselhar
um filme à nossa aniversariante. Depois de jantar, claro.
Ou
uma peça de Teatro. Ou Concertos, sei lá. Ou simplesmente, sair. Nem que fosse comigo.
Mas não. A moça lá deve ter os seus planos, e o mais que posso fazer é proporcionar-lhe neste meu humilde espaço um carinho com que sempre acaricio as pessoas amigas.


De qualquer forma, vou preparar um "Bacalhau à Brás", um Camarão gratinado e uma salada. Turca. Só cá por coisas.



Afinal, parece que... já não vou a lado nenhum.

Tenho a certeza que vai haver uma Festa por aí. E de quem se trata, não quero faltar. Não é um caso de se ser convidado ou não. Isso nos blogs não existe.
Simplesmente quero cá estar. É só isso.


É que esta Teenager 2005 faz anos hoje e já não sei a que horas é que me vou deitar.

Primeiramente que tudo, vou tentar dançar com ela. Virtualmente, claro.
Nos blogs não se deve pensar em escolher o que ela possa gostar. Vai de fé e pé p'rá frente. Depois logo se vê.
Pensei nesta. Vamos lá ver se a caxopa se aguenta às moedinhas p'ra prenda dela.


Vou só buscar os copos e já cá venho.
Apenas p'ra dançar mais uma a quem dei uma nota de 500 a um tipo só p'ra cantar para nós. Antes de lhe desejar tudo de bom, dar um conselho, e dizer que foí muito agradável dançar com ela:


gif copiado do blog do Dinho



Parabéns, miúda!

11.8.05

Sem pés nem cabeça

Vindo do mar sabe-se sempre muita coisa. Por exemplo: muita gente não gosta de blogs. Acham-nos egostrips. Eu nem por isso. Só que alguns têm curvas tão generosas e paladares tão sofisticados que apetece ficar com eles. É apenas uma questão de escolha.

Já o areal é um misto de Grandes Ilusões (Fellini-1990) e oscilações nos Clubes dos Corações Solitários. Pode encontrar-se de tudo. Desde workaholic’s a pequenos destaques dos Ramones. Mas no mês de Agosto perde-se em actualizações o que sobra em arquivos memoralistas.

Por agora, vou voltar p’ra lá. Nunca se saberá como acaba. Mas se a saga continuar, qualquer dia estou nos dez blogs mais antigos do país. O que a suceder, não tinha pés nem cabeça.

7.8.05



Os blogs nunca podem ser instituições. São estados d'alma que se transmitem e declaram. Como todas as tragédias e amargos de boca no dia-a-dia de qualquer pessoa normal.
Mas não posso esquecer que é verão.

Por isso, vou ver o mar e na areia me esfregar. São coisas a que não posso fugir e que fazem bem a todo o resto dos outros dias. É sempre um bom começo para uma...

Boa semana!

5.8.05



Estado de alerta

Tudo arde à minha volta!
O chão que piso
a minha aldeia
o mar que abraço
uma gaivota
o meu cansaço
rio onde passo
a minha ideia.

Parai, Hefesto!
Antes arda a minha cruz
o choro e riso
e os segredos deste sal.
Fazei vir o eco que traduz
milhões de Abris
nas gentes de Portugal
de que precisa este país.

3.8.05




Discovery

Hoje acordei com uma dúvida terrível: se por qualquer motivo o Steve Robinson e o Soichi Noguchi não conseguissem arranjar aquela maquineta e, por consequência, colocassem em risco a vida da tripulação na entrada da órbitra terrestre, que solução se arranjaria para evitar outra tragédia espacial como a do Columbia em 2003?
Quanto tempo demoraria até que os fossem buscar?

Não vejo filmes de ficção tão depressa, palavra de honra.