31.12.04


Não podemos eternamente andar tristonhos.
Muito menos no último dia de um ano que para muita gente foi ingrato.

Portanto, vamos extravasar!


29.12.04



Todos aqueles que podem ter familiares que se encontrem nos países afectados pela tragédia – Índia, Indonésia, Sri Lanka, Maldivas, Tailândia, Myanmar e Malásia – consultem este blog.

25.12.04



Na Chaminé

Ao sair hoje para o trabalho, assisti a uma conversa gira entre dois tipos que, notava-se, estavam chateados:
- Então, PP… o que é que o Menino Jesus te deu?
- Deu-me o c #&^”@/!
- Pois... quem é que te mandou deixar o cu na chaminé?

Houve realmente muita gentinha para quem o Natal não foi agradável.
Por mim, não me queixo. Tudo o que recebi é de utilidade pessoal e, fora uma surpresa menos económica relacionada com o dia 23, fiquei feliz por ver que os meus miúdos ficaram contentes.
E aí, pessoal da pesada, o que é que encontraram na vossa lareira?

16.12.04



As minhas prendas de Natal...

aleatoriamente escolhidas como lembrança para os bloggers que mais de perto acompanhei.
Sem significado aparente.
Apenas mais uma forma de lhes desejar um BOM NATAL!



* Para a Fata Morgana de Avalon, Fada do Canto e dos Sonhos em Bosques Encantados.


* À Teresa, a titas. Um coração dentro do peito como La Santità d'Italia.


* A eles, os responsáveis directos por dois de filhos meus comprarem a mesma prenda que, sabiam, eu gostava de ter no sapatinho.


* Para o amigo Finúrias. O desejo dum rápido restabelecimento.


* A minha Aninhas e o Bruno merecem este apontamento. Mas só eles.


* Para os Netescritores. O futuro do amanhã que já foi nosso.


* A toda a equipa d' O novo Café. Rapaziada fixe e divertida.


* Para a Jacky,. uma parisiense que muito prezo, e para o filhote. Mário Nuno de seu nome.


* Márcia Maia, que a distância deste mar não separa, a minha lembrança.


* Dedicado a Fernando B., com a fraternidade de espaços nossos que se recordam no tempo.


* A Madalena Santos gosta de ler nas raízes da terra que clama por ela. É a minha lembrança de Natal.


* Para um trio, ritmado em vários sons, que tenho ali a um cantinho do meu espaço, deixo este link.
Ao Hermes, à Teresa e ao Rui. Espero que ajude as vossas escolhas.


* Para a Carla Quevedo, amante duma cultura secular, a que o Varandas tem acesso, que acorda com humores diversos, mas sempre encantadores.


* De gota a gota, como poderia não me lembrar dela. Nascesse ela neste tempo, haviam de ver...


* Ao amigo Orca, poeta de todas as horas, rebelde de todos os dias. O amor há-de escravizá-lo.


* Optei por oferecer-te um gato, Cachuchinha. O Luois Vuitton já estava fechado. Mas foi com muito carinho que escolhi esta para ouvires. Apaga a luz.


* Para o amigo Morfeu a lembrança amena dos dias calmos.


* Andei à procura dum cinzeiro do Sporting para o Pedro. Estavam esgotados. Vai daí ós pois, lembrei-me que tenho uma arca no sótão onde fui desencantar esta antiguidade.


* Os burros não zurram apenas, e este Jumento é prova disso. Para ele, uma lembrancita deste palheiro.


* Ao TheOldMan e ao Buba posso não ter bibelots para colocarem na sala de entrada ou na mesinha de cabeceira. Prezo a amizade que por eles nutro, sem os conhecer. Gosto deles e pronto.


* Escolher uma prendinha para a Cin51 (já foi aumentada, hehe) é uma tragédia.São coisas antigas do Pastilhas, o que posso eu fazer…? Pode ser que acerte.


* Desconheço a actividade profissional do Vítor, mas quem sabe se 2005 não trará uma nova esperança. Até lá, nada de esmorecer.


* Não vai ficar por aqui a distribuição das virtuais prendas de Natal, mas o post já vai longo e faço questão de sair do meu “casulo” e ir ao encontro dos amigos que faltam aqui.
Que são muitos, felizmente.

15.12.04



Hoje chegou-me um dinheirinho extra: o subsídio de Natal.
Não dá para fazer muitas “loucuras” mas tem já o destino marcado.
Como não sou apologista do consumismo desenfreado, cá tenho as minhas ideias onde o vou gastar. E com esta família enorme que tenho não devem faltar as ditas.
De velhos a novos, esta malta está sempre a precisar de alguma coisa.

Mas lá vem a nostalgia onde esta quadra me castiga:


e não me sinto bem.
(f******...)

14.12.04



Leituras e tremuras

Portugal tremeu.
Tremeu mas não caiu, digo eu.
Quem caiu foi o Benfica, o Governo, e a esperança que eu tinha na mudança.
Porque são contínuos e repetitivos os sketch’s, iguais os discursos e o mesmo ritmo hipocondríaco para a resolução dos problemas reais deste país: a pobreza, a saúde e a educação. Nada a fazer.

Curiosa a forma como a um canto do mundo à beira-mar se podem formar doutores e engenheiros, metalúrgicos e chauffeurs de praça, cartomantes e revolucionários, estilistas, decoradores ou analistas, e não se consegue formar dirigentes.

De várias leituras efectuadas a singel, mais os anos que já levo desta vida, sei que a solução estaria no trabalho. Mas os portugueses gostam de fazer nenhum, népia e outras coisas tais que não puxem pelo cabedal adquirido.
Pode parecer reaccionário, mas nestas coisas a Monarquia tinha outra visão.

10.12.04



A minha árvore de Natal deste ano não tem cor!
Foi feita, apenas e só, para os meninos da rua que eu conheço.
Colocada a um canto do meu mundo, não tem presentes e, no lugar das fantasias, são visíveis amargas recordações duma vida constantemente injustiçada.
Fruto duma visão de sofrimento e dor, de abandono e tristeza, que abrange todos aqueles que sofrem na pele o dia-a-dia que vivemos.

É Natal!, dizem-me. Eu sei muito bem que é Natal.
E para os meninos da rua que eu conheço, estão a comprová-lo as mil e uma mensagens dum amor e carinho hipócrita que ouviremos todos estes dias. Se não chegasse, bastaria olhar os milhões de calendários coloridos que aceleram os anos, e reconhecer nos jardins deste país os presépios feitos de luzes que não brilham e apenas estão por ali.

Mas para quem está habituado a sofrer os dias pardos da desventura e da desgraça, da fome e da solidão, do esquecimento a que são votados nas horas sempre iguais, é apenas mais um ciclo destes últimos quinze dias que custam a passar. É apenas o olhar para um amanhã sem soluções. São as realidades deste espelho retardado que se conseguem vislumbrar em amargura e desencanto em quem nunca conseguiu alcançar o que deseja e a que tem direito.
É neste meu mundo que vivem os meninos da rua que eu conheço.

Nestes meninos da rua que eu conheço, há em cada história pessoal uma tragédia que se esconde. Há em cada silêncio consentido, uma revolta amarga e negra que não se consegue perceber. Existe em cada rosto imberbe de criança, uma expressão azeda e ferida de ilusões e de tormentos. De sonhos perdidos e desfeitos. De rugas que escondem as horas, os dias, os anos, a que conseguem sobreviver.

São estes os meninos da rua que eu conheço, muitos deles já crescidos, que melhor entendem o destino ao qual estão vinculados e a que é impossível fugir. Por cada um dos seus olhares, vagos e perdidos, destes meninos da rua que eu conheço, perfila o lado triste de quem morre de frio a cada esquina. Cada um deles apenas a mostrar o futuro incerto que se conta e se transmite. Feito de nostalgia e fé. Por vezes, recheados de sonhos quebrados para um dia que eles sabem não ter amanhã. Ténue e vazio como a própria quadra que se festeja.

Daí que, na minha árvore de Natal deste ano, apenas haja espaço para os que se encontram isolados e tristes. Para os que da fome e da escassez fazem a fartura de nada possuírem. Para aqueles a quem mais um pouco de carinho e de atenção bastaria para esquecer toda uma vida sem sentido.
Por isso, não façam do meu silêncio uma obrigação de cobardia. Por isso, não me obriguem a mudar a cor à minha árvore de Natal. E se por milagre ou ilusão, arte mágica ou fantasia, as cores se alterem ou apareçam, ao menos que seja para os meninos da rua que eu conheço.

9.12.04


Hospital de Santa Maria, quinta-feira, 16 horas

- Boa tarde, gostaria de falar com alguém que me desse informações sobre os doentes. Queria saber se certa pessoa está melhor ou piorou...
- Qual é o nome do doente?
- Maria Isabel e está no piso 5, serviço 7.
- Vou passar às enfermeiras...

- Boa tarde, faz favor…?
- Gostaria de saber como está a Maria Isabel da cama 4, por favor!
- Só um momento, que vou consultar os registos... hummm... ok, de facto, ela já está a esta a comer duas refeições por dia, a pressão no sangue está estável e vai ser tirada da máquina que monitoriza o coração dentro de algumas horas. Se continuar estável, o médico deve dar-lhe alta na terça-feira.
- GRAÇAS A DEUS! São notícias maravilhosas! Que alegria!
- Pelo seu entusiasmo, deve ser alguém muito próximo, talvez da família?
- Nem por isso, sou a Maria Isabel da cama 4. Só que aqui ninguém me diz merda nenhuma! Tive que telefonar...
- …!!!

8.12.04



Depois de quinze dias de "calvário", a velhota voltou p'ra casa.
Fina como a terra que a viu nascer, já está à roda de um “Cozido à portuguesa”... a manganona.
As minhotas são assim.


Bem-vinda, Mãe! (Ao reboliço normal desta vida que, por vezes, é sacana para a malta da tua idade.)

4.12.04

Reencontro de amigos



Ao descer a Serra da Estrela encontrei um amigo, o Dose Tripla, que já não via desde o tempo do PREC.
Está diferente (mais alto e espadaúdo) mas reconheci-o de imediato. Como estou num ciber-café em Manteigas, aproveitei para comunicar que somos capazes de demorar.
Provavelmente, vamos a casa de Irene recordar outros tempos.
Sigilo é o que se pede, s.f.f..

3.12.04



SocialBloguismoA Ordem Nova.

Para além de existirem algumas vaidades naturais, viver em SocialBloguismo é uma forma de estar na vida mais correcta, mais igualitária e justa. Repare-se: todos os seus membros defendem a Paz, o Ambiente e os Direitos Humanos. Denunciam injustiças e promovem a sabedoria e o conhecimento como forma de melhorar todas as relações interactivas.

Viver numa sociedade de blogs deve ser bom. Existe tolerância e solidariedade. Ama-se e partilha-se. Apontam-se caminhos para uma sociedade perfeita onde as ideologias de cada grupo não absorvem a nossa liberdade individual.
Um gajo que me pisa os calos no Metro e não pede desculpa não é digno de viver numa sociedade de blogs. As mentes brilhantes que pululam em redor do poder, acicatadas pelo odor da carne fresca, não têm perdão pelos disparates lesa-pátria que cometem todos os dias e não merecem ter blog.

Os blogs são poetas, são crianças, são operários, são professores, são áreas de trabalho e pesquisa. São médicos, são fábricas, são juízes, são labuta. Não são ditadores nem proscritos, sequestradores, corruptos e outros filhos da puta que nos roubam todos os dias. Os blogs não pisam, não destroem nem dilaceram os anseios, os sonhos, as paixões. Existe neles o sentido de Estado e de Justiça.

Como não preciso de heróis, por isso, e desta vez, vou votar nos blogs.