30.7.03



Estou a pensar acima. O “fruto” do trabalho durante um ano não dá para mais e questiono o inquestionável “que hei-de fazer?”.
Ao menos se fosse político? Ou deputado, professor catedrático, advogado, nem que fosse do diabo? Tivesse eu amantes em Paris, um programa na TV ou soubesse cantar para além do banho, quem sabe se não tinha férias melhores?
Não os invejo. Tenho uma parte do País que me faz sentir melhor: a minha "pequena"!
A diferença só reside na distribuição da riqueza por todos os Portugueses.
Penso eu... não sei. Se calhar somos todos pobres.


Interrupção das férias para não variar. Estava a achar estranho.
É costume dizer que artista não tem férias. Mas há artistas que por razões várias não gostam de ver interrompidas as suas. Desta vez calhou-me os livros dos “psicólogos” (ISPA)..
Como não os escrevo, ao menos que lhes dê um “ar” mais risonho e bem tratado.
Foi o que fiz por uma quantia que deve dar para pôr o carro a trabalhar e ir embora
outra vez. Mas agora desligo o telemóvel, não venham eles lembrar-se que “olhe desculpe, era só mais uma coisinha..."
Agora só depois delas (as Férias, entenda-se). E se a “coisa” estiver a dar para o torto, porque não anunciar no meu blog que “trato” da Biblioteca de quem precisar!?
É uma ideia.
Mas “não vou a casa”...

28.7.03


Hoje vi o Varandas na Televisão. O malandro ao colo duma dona assim até mudou de cor. Provávelmente, quem não mudava...? Mesmo a falar de blogs.
Mas quem não viu ainda está a tempo. Sintonize a RTP e veja o Jornal da Tarde a partir do minuto 30.
Apontamentos de viagem


Salvo. Cá chegou o gasóleo e ainda tive tempo de apanhar um pouco de sol e dar um mergulhito. Estou ao fundo, à esquerda, com óculos-de-sol e calções vermelhos. Rodeado pela família que não poupou elogios à rapidez com que chegámos. E andei nas calmas.


Aqui são terras de que também gosto. O “meu” Alentejo. Terras dos antepassados da minha costela paterna. Deu tempo e espaço para visitar tios e primos ao jantar com eles no ar livre e quente. Com uma noite limpa e as estrelas a reflectirem-se nos copos tintos que acompanhavam um excelente borrego assado.


Eis-me chegado à fronteira da Língua Portuguesa. Aqui tanto se pode pedir um “ice cream” como um Corneto. É quase a mesma coisa. Doutra forma, e não é que seja cego, são locais ideais para limpar a vista de estrangeirices. Mas isso são outros quinhentos...

26.7.03


Continuo perdido no seio de tanta paisagem e costumes singelos. Parei agora numa tasquinha onde se bebe verde-tinto por malga e se prova pedaços de trutas com presunto. Gente entretida com cartas antigas e sebosas que não dão pelas horas passarem. E eu sem gasóleo.

Ao longe se avista estas incríveis criaturas. Calmas e pachorrentas com focinho de quem já almoçou. E eu sem gasóleo.
Não importa. Fico mais um tempo porque a fome aperta e os miúdos já protestam. Ainda tenho rolo na camara.

Hoje é dia de Feira dos criadores de gado barrosão e eu sem gasóleo. Mas ainda tenho rolo e uma enorme vontade de ficar aqui para sempre. Mas não posso. Chama-me o Sul e as raízes culturais da minha terra. Para uma melhor compreensão deixo aqui o que posso ver em casa quando lá chegar.
E eu sem gasóleo...

24.7.03



Nestas minhas férias entrelaçadas entre o tempo e a espera não me demove de vir abrir as janelas. Essas janelas, que em tempo oportuno se encerrarão assim como os mortais e os deuses inexistentes de Tersopul e Andromedal, terreolas de gente bárbara e distante.
Ulisses vagueou por aqui à procura de fósforos. Vinha fugido de Esther, a quem o seu cão tinha mordido. Hoje estou como ele. O tempo não abre, e o mar... ah! o Mar..., esse monstro sagrado e traiçoeiro que tantas desgraças e sonhos tem catalogado no seu sem-fim, não há maneira de ao azul tornar. Tornou-se Adamastor, o Mar. E o Ministério das Finanças também.
“Mudança de maré.” – dizem pescadores desta terra parca em recursos, mas de gentios hospitaleiros e de bom trato nesta ímpar gastronomia.
Sinto-me indeciso como Helena de Tróia. Não sei onde estou, como o acontecido a Homero ou Júlio César. Sei apenas que na última curva a tabuleta indicava: Terras de S. Nunca. -“O que faço aqui?”- não foi só Paulo que o questionou.
Mas continuo levado a acreditar que estas férias são diferentes. Como diferente está a ser o meu discurso e como o foi o destino de Cleópatra e Centopeia. Será dos odres de vinho, clarinho-macio e sem borbulhas, com que esta gente me presenteou e que pareciam ter sido resgatados de um naufrágio? Será dos enchidos que suportavam as Côrtes Espanholas nos seus manjares mais as orgias dos habitantes de Sodoma?
Não sei. Sinceramente, não sei.
E, para além disso, pouco importa. Já abri as janelas e sinto-me lindamente bem disposto. Para gáudio das elites que comigo vieram.
Notícias vou dando, se para isso me ajudar o engenho. Porque a arte está por todo o lado.


"DOM LUÍS, por graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves, etc. Fazemos saber a todos os nossos súbditos, que as cortes gerais decretaram e nós queremos a lei seguinte:

ACTO ADICIONAL À CARTA CONSTITUCIONAL DA MONARQUIA "

É isto o ”24 de Julho”?
Eu a pensar que se tratava duma invasão napoleónica a que tivessemos feito frente. Ou, na melhor das hipóteses, algum título conquistado aos espanhóis no tempo do “Pantera Negra”. Ou que tivesse haver com a Amália... Cavaco Silva... um blog novo... um tiroteio numa "boite"... D. Sebastião.. sei lá...
Sou muita estúpido, graças a Deus.

23.7.03



mais um dia 23, meu amor.
...e
de tanto te amar
me perco.
sem saber amar-te tanto
nunca sei o quanto valho.

e...
de me achar tão certo,
valho-me do saber
que de te amar eternamente
nunca sei quando me perco.

20.7.03

Já me esquecia. Boas férias para todos.
E quem sabe se no mergulhar duma onda mais forte, no meio duma sardinhada ou na apetência de ficar acordado até mais tarde ouvindo sons nas discotecas deste Portugal, não encontremos por aí um companheiro/a bloguista.
Eu até tenho um


Interroguei-me: “ Os blogs vão de férias? “
Nã... não me parece. Pelos menos a maior parte. Eles cada vez são mais e podem “repartir-se” como naquelas empresas em que toda a gente, ou quase, concorda com essa aberração de dividir um direito laboral que foi conquistado. Para mim, só por necessidade ou então, nem sequer vou se houver “obrigatoriedade.
Mas hoje, como descanso semanal, calculo as idas à missa, à praia, ao supermercado,
Aos hospitais, cemitérios ou prisões. Um Domingo, parecendo as vinte e quatro horas que passam mais depressa, e “pirado” devido por vezes a não saber o que fazer com ele, é dos únicos 7 da semana em que se pode colocar tudo na ordem-do-dia. É uma questão de critério, escolha ou organização.
O meu de hoje completa-se com a ida às compras, reabastecendo o frigorífico, a arca congeladora, o bar e outras fragilidades consumistas. Já fiz.
Existe a hipótese dum almoço em Família, duma visita aos netos e/ou aos amigos ou ver as novidades na Feira da localidade de cada um. Também já fiz.
Depois há sempre a derradeira esperança que a minha “pequena” queira dar um passeio às marisqueiras do Seixal ou ver o Mar ou dar uns mergulhitos na piscina. Ainda estou à espera.
Por fim, também preciso vir aqui de quando em vez para arejar os cantos, mudar os lençóis e dar as boas tardes a quem aparecer. È para o que serve o meu blog e o que estou a fazer agora.
De qualquer maneira, quero que fiquem bem.

17.7.03


Mais umas voltinhas e, confesso, há malta para tudo. Já passei na publicidade, viajei entre Porto-Lisboa em dois minutos e estive metido em bruxarias. (cruzes canhoto) Até que ia levando um pontapé na...! Esta brincadeira está a tornar-se viciante, expectante e o sacana do velho Word está a tentar que eu corrija as palavras atrás referidas. É maluco, e eu desculpo-o. No entanto, como hoje estou “abocanhado” deixo aqui um link para me não esquecer. Cortar o bigode é que eu não corto. Quer quer, não quer não estraga. De resto, agora vou ouvir dois fados num gajo que é maluco mas é o meu melhor amigo. Maluquices a dois é o que é. Dava pano p’ra mangas...
É só cinco minutos!...


Hoje estou abocanhado de ciúme. Não me apetece entristecer e paira na minha janela a sombra da nostalgia. Tenho folhas de versos e prosas numa das gavetas da cómoda fechada e não as vou buscar. Neste pobre espaço não falo das coisas lá de fora que me arrepia. Os deficientes também amam podia ser o título de um romance, de uma análise filosófica ou uma metáfora. Não me diz muito a sucessão na CV. Pouco me importa o segredo de justiça. Está bom tempo e há quem chame à construção do Mundo um Caos. Por isso, hoje apetece-me olhar os Outros. E noto que a vaidade e pretensão são tempos a findar em algumas páginas pessoais. Faz sentido. Aprender com quem sabe não é ficar envergonhado. Muito menos sabendo que a vã glória de descrevermo-nos traduz o sentido que há em nós. Gostei destas paisagens e vou continuar a procurar os ilustres desconhecidos que também riscam coisas bonitas em folhas frias de papel.


"Ouço gritos apoplécticos na rua e coloco-me à janela. Um homem e uma mulher gritam, insultam-se, batem-se, prometem suicídio. A cena é tão opressiva que me deixa perplexo, incomodado. O homem grita, a mulher grita. O carro onde viajam foi parado à pressa, as portas estão abertas, as luzes tremem. Os passantes passam mas passam com medo, com prudência, envergonhados, espavoridos. No meio do casal, uma pequena criança assiste a tudo, aparentemente impávida e resignada, sem mexer um dedo que seja, sem nada dizer. E o homem e a mulher continuam...
In Flôr de Obsessão


"Escutar o que os outros têm para dizer, ou o que nós temos para dizer? Escutar o que temos para dizer aos outros, ou o que temos para dizer a nós mesmos? O que será mais importante? Mal o homem fez estas perguntas a si mesmo logo lhe surgiu a resposta. Escutar os outros ou a nós mesmos é igual, importante é que se tenha alguma coisa para dizer. Disse-o a quem muito bem entendeu, escutou-o quem quis."
In Mil e uma...


"Recordas-te de teres recusado beijar o mar por mim?
Pedi-to há tanto tempo, numa noite em que as minhas dores se cruzaram com as dores desconhecidas para mim como o são quase todas as tuas dores. E as tuas noites... pântanos de angústias invadidos de luar azul e de segredos?"
In Azul Cobalto

16.7.03


Só está morrer gente. Desta vez foi o Maurício. Colega da farra com o “genbrinhas”, mais o Mário “Tabuadas”, o “Saddam” e eu.
Chegámos a ouvir o Marceneiro num beco de Alfama, estivemos no Solar da saudosa Hermínia e fomos todos ao funeral da diva. Amália de seu nome.
Porra.
Não nasce cá ninguém?

15.7.03



- Há quanto tempo não lês um livro?
- Sei lá... os que eu li já morreram todos.
Podia ser uma conversa de surdos entre dois amigos que não se chegaram a formar. No entanto, prova que existiu o começo do gosto pela leitura e que uns continuaram, outros não.
Estou a ficar velho e já não acompanho esta geração diversificada de gostos e atitudes. Mais partilhada nos meios mas menos acessível no patamar cultural onde me encontro. Ninguém deve ter “culpa” disso.
Fica a saudosa experiência de ter vivido com eles, os livros. Esses ambiciosos blogs da época onde me encantava com Camilo e Eça. Com Duras ou Stendhal. Dickens e Dostoievsky.
Depois vem a nova geração, com HH, Alice Vieira, Saramago, Cardoso Pires (o trabalhão que este tipo me dava para gravar em letras douradas, um dos meus trabalhos, o Dinossauro Excelentíssimo num livro tão fininho) e outros que não perdia tempo a ler. Fiz mal.
Na actualidade, pergunto-me: “Conheces Matilde Rosa Araújo?”
-" Não.”
“E Onésimo Teotónio Almeida, José Emílio-Nelson, Ivo Machado, Inês Lourenço, Domingos Lobo, Alexandre Parafita, Luísa Augusta Monteiro Araújo de Sá, ou Pedro Eiras?”
-“Também não.”
É a minha resposta embaraçada.

14.7.03


Hoje, segunda-feira, é o meu primeiro dia de férias imerecidas. É que ainda há tanta coisa para fazer que talvez fosse melhor lá mais para a tardinha.

"Atendo o telefone e tento escutar, por detrás de um ressoar de vozes, gargalhadas e tinir de copos e daquela zoeira que costumam ter os bares em horas animadas, a seguinte pergunta:

- Como era o nome do toureiro que “comia” o Hemingway?

Pasmei. O Ernest, o maior espada, virar "Hemin gay", agora? Isto jogava no chão um dos maiores ídolos da minha infância e vida. "Por Quem os Sinos Dobram", "O velho e o Mar", "Neves de Klimanjaro", "Adeus às Armas", tudo reduzido a lantejoulas e plumas? Essa não!

Vi logo a confusão e tentei explicar por cima do barulho e risadas: Quem comia - ou ao contrário - um toureiro era Garcia Lorca, o poeta fuzilado por Franco, e o toureiro chamava-se Ignácio, El Gitano (O cigano). Para ele, Lorca fez aquela linda poesia "A las Cinco de la Tarde".

Do outro lado:

- Então foi o Picasso?

Enquanto tentava entender o que Picasso fazia nesta tourada, ouvi uma voz esganiçada ao fundo dizendo:

- Prefiro Van Gogh.

Então primeiro perdi-me, mas depois vi a conexão: o pintor que teve um caso com Lorca foi Salvador Dali, de quem dizem que continuou apaixonado pelo poeta, apesar de ter sido casado por toda a vida com Gala, a quem nunca traiu. Ela sim, com todos os amigos, antes e depois do casamento. Coisa que não importava ao pintor, porque era vidrado em ouro, ou dólares, tanto que certa vez um crítico fez um acróstico do seu nome e conseguiu "Salvador Dali = Ávida Dollares". Podem conferir, dá certinho! O pintor, que todos julgavam que ia se ofender agradeceu e disse que era isto mesmo.

Voltemos ao bar. Respondi que tinha sido Dali, o Surrealista.
Mais vozes não entendidas, então outra pergunta:

- O Hemingway então era amante do Scott Fitzgerald?

Mais esta agora. Estão pensando que sou Enciclopédia de quem comeu quem, na época que "Paris era uma festa"?

- Não! Respondi, e expliquei: - Detestavam-se. Scott morava com Zelda (a doida), sua mulher, no George V, ou no Ritz, era rico e snob, enquanto o Hemingway, de calcinha de veludo surrada, se escondia numa água furtada em Saint Germain, e pelos pobres bistrots (barzinhos) bebia e comia, sempre batendo furiosamente na sua máquina de escrever portátil, (era jornalista correspondente) nem tanto assim na época. Um escrevia sobre a high society, o outro sobre gente mesmo. E os dois eram muito bons.

Dizem que Ernest teve um caso com Zelda, aprovado pelo marido, mas isto é outra estória, e não comprovada. Más-línguas parisienses da época.

Mais um pouco de barulho, chiados, celulares e a última pergunta:

- E o Inácio, o Gitano era bonito?

E eu sei? Sei que era cigano e devia ter um charme violento, e além disto, toureiro. Devia ser um Zulu da época, todo sarado, e com toda a mídia em cima .

- Uma graça! Respondi, só para chatear.

Caiu a linha, ainda bem, pois já estava com receio das próximas perguntas. Até quando iria saber ou inventar mais explicações e estórias?"

Estes amigos que tenho ...

13.7.03


Abriu uma Casa de Fados não sei aonde mas parece que pertence a estes novos despurados blogs que acontecem.
Desta vez fui o primeiro a descobri-lo, mas não lhe vou dar muita importância porque o tipo tem a mania que é fadista.
Como outros animadores que blogueiam a cantar. Não talvez o Fado mas outras cantarolices que também se podem ouvir.
Digo eu, não sei...

E para espantar espíritos e outras sortes malfadadas nada melhor que estes poetas andaluces doutras terras.

Sabendo que há gente nova nestas andanças congratulo-me com o facto.
Pena tenho daqueles que deixaram de o fazer. Talvez a saturação de dias usados e cansativos. Penas secas de poetas que mudaram de espaços. De blogs ou de cenários mais chamativos. Pelo tempo que me fizeram companhia, pergunto com a recuperação de tempos idos:
Qué cantan los poetas andaluces de ahora?
Qué miran los poetas andaluces de ahora?
Qué sienten los poetas andaluces de ahora?
Cantan con voz de hombre, ¿pero donde están los hombres?
con ojos de hombre miran, ¿pero donde los hombres?
con pecho de hombre sienten, ¿pero donde los hombres?
Cantan, y cuando cantan parece que están solos.
Miran, y cuando miran parece que están solos.
Sienten, y cuando sienten parecen que están solos.
Es que ya Andalucia se ha quedado sin nadie?
Es que acaso en los montes andaluces no hay nadie?
Qué en los mares y campos andaluces no hay nadie?
No habrá ya quien responda a la voz del poeta?
Quién mire al corazón sin muros del poeta?
Tantas cosas han muerto que no hay más que el poeta?
Cantad alto. Oireis que oyen otros oidos.
Mirad alto. Veréis que miran otros ojos.
Latid alto. Sabreis que palpita otra sangre.
No es más hondo el poeta en su oscuro subsuelo.
encerrado. su canto asciende a más profundo
cuando, abierto en el aire, ya es de todos los hombres.

Rafael Alberti
in Memorian

11.7.03


...a morte morreu e quem a matou foi a lucidez.
Porque no tempo e no espaço, a dor do adeus subiu e desceu na escala das aflições humanas. E saber disso é bom. Só é pena estar preocupado em viver muito e não em viver bem.
Voltemos então à angústia dos dias cansados, das pequenas coisas que nos são fáceis e que nos fazem acontecer e amar.
Pela Vida, continuemos então.


7.7.03


Temporáriamente suspensos os blogs da Família.

Por morte alheia aos que vierem aqui, mas especialmente a quem amo e apoio.
A Vida continuará...

6.7.03

Ao ataque!
Hoje é o domingo que se presta para um ataque de Hackers qualificados.
Pode acontecer que não aconteça. E se acontecer, paciência. Aconteceu.

Parabéns
Ao Carlos Franquinho pelo magnífico trabalho que tem aqui.
Desejo-te o melhor sucesso.
Que não se diga que me esqueci destes velhos companheiros. Companhia serena da minha juventude.
Não vos digo obrigado porque sempre vos agradeci.

Augusto Abelaira: "Se ficar vivo por mais tempo, continuarei. É complexo, o indivíduo nunca diz o que quis dizer"

Barry White, conhecido pela sua voz grave e canções românticas, proporcionou "a lua" para inúmeros jantares à luz de velas, com baladas como Can't Get Enough of Your Love Babe e You're the First, The Last, My Everything.

4.7.03



“Após lutar no Vietname, um soldado americano é ferido em combate e fica paraplégico. Já no hospital, ele passa a questionar a posição americana na guerra e torna-se um activista político” podia ser o título deste post.
Não é o caso e nada disto é uma guerra.
Mas vou postar (não gosto nada do termo, parece que estamos a dizer “vou à casa de banho que estou à rasca”) um pouco de marketing familiar.
Isto dos blogs deu-me o crédito necessário para gravar (julgo que seja para isso que se presta o meu blog) muitas “cobóiadas”, muitas noites mal dormidas, namoradas e muitos disparates. Recordou-se-me agora mesmo esses tempos com o meu amigo “Saddam”. O que eram aqueles tempos... onde não existiam os ditos, e muito menos se falava em Internet. Onde andávamos na moda com cabelo comprido, calças vestidas pela Porfirius e camisas do Conde Barão.
Quantas noites, vindos dos ensaios de mais um dos Teatros Populares daquela altura, íamos beber um copo à Riba D’ouro (mais o John, o e as “chavalas” nossas amigas) até o sr. Jaime dizer: “Ó rapaziada, vamos fechar.” A malta ia para os “fundos ”beber “girafas” e comer “pregos”, mas quando saíamos encontrávamos à porta um senhor de laço (B-B) em roda de amigos vários que por ali ficavam ainda em amena cavaqueira. Eram a tertúlia da minha zona. Victor Mendes, o Zé Viana e a miúda Io eram os quadros respectivos do Parque Mayer. Outros não conhecia na altura. Era a diferença de idades e de estatutos. Como hoje ainda se faz nos blogs.
Depois veio a tropa, o 25 de Abril, a Mulher e a responsabilidade da família.
Nasceram os filhos, descobri dificuldades e organizei-me como nos meus tempos do Liceu Camões. À vontade e "à Benfica". Parecendo velho, sou um puto novo já com netos. Mas estou para as curvas e sinto-me com gosto de ler toda a malta que escreve bem e que fala ainda melhor. Sem vaidades.

Pronto, já desabafei e linkei os meus Amigos.
Qualquer coisa... estou por aqui.
Hoje tenho andado ocupado a arrumar a minha cinematecazinha do tipo o que é que alguém tem a ver com isso.
Entre dois cafés e trinta e tal cigarros detectei que o PS vem aí. Em peso decimal.
Que o Armando Rafael está a comentar a blogosfera tardiamente.
E que existe muita boa gente que ainda não linka correctamente o Mar Salgado.
Foi para o que deu. Agora vamos almoçar. Eu e o meu cão.

3.7.03

No seguimento da conversa, optei por realizar uma sondagem interna com dez análises de audiência.
Resultados:

40% diz que: "Não chegamos aos calcanhares dos brasileiros"
30% diz que: "Gostavamos mais quando eramos menos"
20% diz que: "Desculpe, agora não. Estou a ler o pipi"
10% diz que: "Falta-me pormenores. Não sei e nem respondo"

Foi a sondagem possível.

Somos portugueses, até nos blogs.
É uma afirmação pura depois de ter andado toda a manhã por “terras estrangeiras”. Não li ninguém como nós.
Os blogueiros do outro lado do mar é gente galhofeira, bem disponibilizada em tempo e inovações. Poucos são aqueles que se preocupam com o “estado da nação”. Para eles, ter um blog já é motivo de sobra para não haver chatices. Levam quase tudo “numa boa” e divertem-se entre uns e outros. “Chatam”, fantasiam, contam histórias e sonhos.
Até organizam encontros para verem cinema juntos e promovem petiscadas e outras aglomerações de gentes verde-e-amarela. É a ideia que têm dos blogs. Dá um jeitão.
Os ingleses já não são assim. Prestam-se a assuntos mais sérios e tecnológicamente mais apurados. Mas nunca a roçar o umbuiguismo dalguns palermas como eu que espera que alguém lhe passe o mínimo cartão.
Dos senhores do sol nascente nada a apontar. Estão a começar agora. E por motivos óbvios de linguagem nem própriamente considero sobre o que estavam a escrever.
De argentinos e espanhóis não se esperava outra coisa do que não ser a relevância da sua auto-estima ou o raio que os parta. Mesmo assim, estão uns pontinhos à frente desta malta que começou agora.
Numa rápida análise à panorâmica nacional, isto está ruim.
Fora meia-dúzia de gajos simpáticos, não se pode dizer que estejamos a evoluir no sentido lato a que se propõem (ou deviam propor) os blogs.
Está tudo muito “politizado” e soberanamente “organizado” em grupinhos de encostos, de lambidelas e de hierarquias dominadoras. São as tentativas dos “fazedores de opinião” a fazerem crer quem em terra de cegos quem tem um olho é rei (risos cá em casa).
Talvez com o andar da carruagem se componha e, como sempre, após trinta ou quarenta anos depois se chegue à conclusão de que se podia ter feito melhor. Se ainda existirem blogs... claro.
Eu, pela parte que me toca, cá vou ficando pelo meu cantinho mais os meus amigos e familiares a desfrutar do que houver de melhor. Porque na Net pode-se escolher. É uma questão de saber procurar.
Grato pela visita.


2.7.03



...tanto mais que estou sériamente a pensar em fazer mais um blog.
Desta vez o título escolhido seria
BLOGUES na RIBALTA com o sub-título Uma casa de putas mais o Fado.
Com iscas e tudo.


Não há nada melhor que estar ausente do presente.
No retorno, a alegria ou a tristeza redobram pela forma como encontramos o que deixámos. Sobrepõem-se à vontade individual.
Daí, o facto de não me congratular com a desistência do Pedro F, mas compreendo-o. Era a minha "coluna infame" das referências e procuras.
Quanto ao resto, porque de resto se trata, advêm outras "infâmias". Não são bloguices, traquinices ou brejeirices. São os respectivos camionistas numa manifestação expressa no seu melhor fulgor.

e por gastar muita tinta,
não se espere que consinta
na falsidade que li
e me ofende o pedigree:
garanto que não fui eu
o brejeiro que meteu
já num blogue o meu pipi.

VGM in JPP

com resposta a tempo

Graça Moura desdenhou
D’ O Meu Pipi com vil sanha.
Mas quer comprar quem desdenha,
Disse o povo e acertou.

in Bosade (mistura de Sade com Bocage)

...e a finalizar com ponta aguda

...o Pacheco e o Vasco também coçam os tomates? Isso de ser intelectual tem muito que se diga, não é? O pipi deve precisar de muita atenção, menos da de dois tipos que passam a vida em mútuas lambidelas intelectuais.
in oAlmirante

Estou a gostar.
Tanto, tanto, tanto, que até os vou colocar nos links de Poesia. Não estou a brincar.