29.7.06



Tomar partido

Tomar partido, para além de ser o nome do blog do Jorge Ferreira que nunca vi mais gordo, é uma das posições que os portugueses apreciam em se afirmar. Quer nas discussões dos vizinhos ou da família, quer da imagem que fazemos dos da ribalta, ou quer que seja num simples acidente na Ponte sobre o Tejo.

Ao contrário dos povos nórdicos, ou de mais alguém que se suicida quando está farto de tudo e de todos, nós gostamos de nos demarcar pelas coisas que eles consideram básicas mas que, para nós, são da maior importância para o próprio bem-estar da consciência. Um blogger, em tomar partido, não foge à regra. E os da fama constatados nestas andanças, ou eu próprio que de famoso nada tenho - a não ser na minha rua - também não.

A gente tem o professor Marcelo, o Alberto João, o Miguel Sousa Tavares, o Nuno Rogeiro, o Sérgio Figueiredo, o padre Borga e o diabo a sete mais o João Kleber, o Pacheco Pereira e os seus fantasmas, para nos relembrar que o título do post em todas as matérias tem razão de ser.

Como tal, estou a favor do Hezbollah e contra o dabliubush. Tenho muitas reticências na organização e contratações benfiquistas para esta época (mais um ano a sofrer) mas acredito piamente (mesmo não seja pio) que o Centro de con(es)tágio no Seixal seja um sucesso para a nossa zona ribeirinha. E/ou, para além disso, compreender muito bem a Maria João Pires.

Para finalizar, tomo o partido dos Soldadinhos da Areia, dos Poetas na Quinta da Ribeirinha e em todos os cantinhos, muitos tantos que carecem de carinho, dos casais felizes e de todos quantos possam fazer a esta vida melhorá-la. De resto, a gente vê-se por aí.

Bom fim-de-semana!

23.7.06



"Pikena"
ainda te lembras do tempo em que não havia blogs?
Agora tenho duplamente a forma de chamar por ti.

19.7.06

Coisas de blogs

Aqui há tempos recebi um e-mail a alertar-me que era o 84.º blog mais antigo em Portugal.
Resumindo-me ao especial cuidado desse estudo, lembro-me perfeitamente de que fui dos primeiros portugueses com blog a colocar música do meu gosto e fantasias com figurinhas a mexer (os gif), mas tudo isso foi devido à enorme ajuda da minha amiga Civana (uma ex-blogger brasileira, simpatiquíssima e prestável para o que desse e viesse), e outros experts que ia descobrindo pela rede.

Em princípio, tudo levava a crer que era irritante para os visitantes “levarem” com essa dose. No entanto, hoje em dia, quase todos os bloggers dão a conhecer as suas preferências musicais nos seus espaços que têm há tanto, ou mais tempo do que eu nestas andanças, que até o João “Fumaças” Fernandes já os tolera.

Depois, (passe a imodéstia)também me iniciei nos primeiros a colocarem videoclips. Aqui já foi por mera casualidade e descoberta; havia sites próprios que disponibilizavam essa facilidade, e aproveitava a onda logo que descobria os códigos que as tags deviam ter. Agora, os que se disponibilizavam nesse tipo de função, acabaram de fornecer esse tipo de facilidade, porque provavelmente os custos desses domínios devem ser pagos e a gente deveria estar a gastar energia duma casa que não é nossa. É justo.

Após o boom destes adereços que fizeram as delícias de alguns de nós, vieram os almoços e jantares em encontros blogosféricos sobre qualquer motivo. Braga, Évora, Porto ou Lisboa, foram algumas das cidades que presenciaram esses eventos. Com relativo êxito e no aprofundar de quem somos e o que é que estamos aqui a fazer.

Também, e não por acaso, o mercado editorial estava aberto à nova forma de comunicação que era notícia em quase todos os jornais que tratavam do assunto. Dai, resultaram as edições de blogs em livro e a descoberta de novos talentos. Estou a lembrar-me repentinamente d’O Meu Pipi, do Luís Ene, da Inês Pulido (uma pintora juvenil com enormes predicados artísticos reconhecidos pela gente do Norte e não só), da Rititi e tantos outros.

Tudo isto só para referir que vai sair mais um trabalho de vários ilustres desconhecidos pela editora Apenas Livros e dinamizado pelo meu virtual amigo Jorge Castro, onde a 29 de Julho vai fazer reunir na Quinta da Ribeirinha vários Poetas destes bocadinhos de vida que se empresta.

Agora tenho que ir. Ainda me falta dar uma palavra às pessoas que são do meu aconchego bloguístico e achei por bem ir assar sardinhas para a minha "Pikena" – que está de férias – e não tarda nada está a vir da praia com o seu bronzeado novo e o seu velho, e apelativo, encanto.

A gente vê-se por aí!

13.7.06



Depois de durante estes dias ter posto a escrita em dia e a leitura, cheguei à conclusão de que, em vez de andarem faunos pelos bosques, andaram figuras públicas a fazer o papel de Miguel de Vasconcelos (1590-1640) (colaborador próximo da duquesa de Mântua e do regime filipino), só por acharem que estar do contra traria de volta à realidade os problemas nacionais aos portugueses.

Todos sabem que a maior parte deste povo aprecia imenso caracóis. Ainda mais se forem acompanhados com cerveja fresquinha. E muitas. Perninhas de rãs nem tanto assim, e nunca ouvi falar de que comessem sapos. Engoli-los?, talvez.
Mas os arautos da desgraça, vulgo velhos do Restelo – sem desprimor para o CFB – tinham que “pegar” em qualquer coisa para que se tentasse inverter o rumo das coisas que toda esta brincadeira tomou desde 2004: ele foi o Quaresma, ele foi o sol abrasante que se fazia sentir em Évora, ele foi a Sagres, o Madaíl, as bandeiras nas janelas, eu sei lá…
Haviam de ter visto a comunidade emigrante de vários países, que tanto defendem em tempo de eleições, no companheirismo, na solidariedade num contar estórias de injustiças que também por lá se vive.

Só pelo facto de terem no currículo mais alguns diplomas que o resto do pessoal, há uma coisa que estes fazedores de disparates têm que engolir: os considerados estúpidos, os escravos, os eternamente sacrificados, ganharam um mês de completa euforia e felicidade. Não, apenas e só, pelo que o futebol conseguiu alcançar; isso é efémero, e será sempre, um erro dialéctico. Mas por tratar-se apenas duma coisa tão simples que nos levou um pouco mais longe no sentir de toda esta gente que trabalha por uma vida melhor; de como alguém nos conseguir juntar para uma roda de amigos sem nos explorar e enganar. Aqueles tipos todos conseguiram que desta vez os olhos rasos d’água e corações apertados fossem de alegria e satisfação.

Coisas tão simples que muitos dos que cuspiram para o ar não conseguiram fazer quando tiveram a responsabilidade de nos proporcionar algumas delas quando estiveram no governo do país.


adenda: reparem só como já começamos a torcer por José Azevedo, (a lutar sozinho) mesmo que o ciclismo tenha decaído com a morte de Joaquim Agostinho.
Mas onde estiver um português, estão sempre dois ou três. Milhões!

9.7.06



Regresso a casa

Não tão tarde como previra. De bolsos vazios mas com um coração maior.
Os portugueses, onde se encontrarem, são de facto poetas. Pessoas de bem que apenas o futebol faz aproximar e onde o encanto deste universo fantástico é sublime.
Temos um povo que merecia melhor sorte.

Malas desfeitas, alma emproada na recepção apoteótica que presenciámos, jamais se esquece os momentos únicos por que passei. Não fosse a realidade do país, quase me apetecia gritar “Viva Portugal!”.