30.11.04



Declaração pública (de rua, tás a ver?)

A minha experiência indica que não devo entrar em encantamentos momentâneos.
Continuo um português sem obrigações partidárias, mas com deveres sociais a cumprir. A minha “tendência” é subjectiva aos olhos de cada um que me lê, vê, ou comigo reparte a sua passagem por esta vida. Quer no dia-a-dia social, quer nesta brincadeira dos blogs.

Não nego uma feliz disposição interior pelo facto de alguém com responsabilidades maiores que as minhas, tenha decidido o que todos – ou quase todos – apontavam como a melhor solução. Porque pior não se podia estar.

Venham então mudanças. Mas mudanças que se vejam com olhos de ver. Palpáveis. Que se reflictam na qualidade de vida desta gente. Na sua inteligência e perspicácia. Na família que custa a criar, nos empregos que custam a manter, na riqueza que podemos criar.

I9var é preciso e a competência é fulcral. Esta será a última oportunidade que todos os futuros governantes deste país têm para ganhar a confiança dum povo a descrer e a mingar.
Antes que mais trinta anos de Abril se passem e continuemos à procura do Portugal de que precisamos e queremos. Honremos, pois, todos aqueles que se sacrificaram por nós e nos ensinaram a sonhar.
Acordados.

29.11.04

“O pecado maior de um político de carreira é fazer duma solução um problema”



BLOGS AO PODER, JÁ!

Cavaco Silva, no seu discurso, lançou “Portugal e o Futuro”.
Henrique Chaves fez passar “E depois do Adeus”.
Ficarei à espera de ouvir Sampaio cantar “Grândola, Vila Morena”.

Depois virei p'rá rua.

25.11.04



"Não há mal que sempre dure nem bem que não se acabe"

Acham que a vossa vida corre mal?

(Esta história vem a propósito de a minha mãe ter sido internada nos Capuchos com uma infecção respiratória logo após o meu dia bom. O tal 23.)

Um sujeito encontra um amigo que não via há muito tempo e, querendo ser simpático, inicia a conversa:
- E então Paulinho, tudo bem?
- Péssimo. - Responde o outro.
- Mas como?... Com aquele Ferrari que tens?
- Perdi-o... e o seguro tinha acabado de vencer.
- Bem, vão-se os anéis, mas ficam os dedos! E aquele filho inteligente?
- Teve o acidente com o Ferrari. Morreu.
O amigo tenta fugir daquele assunto tão trágico.
- E a sua filha que mais parecia uma modelo?
- Pois ... ia com o irmão. Só a minha mulher não estava no carro.
- Graças a Deus! Como está ela?
- Fugiu com o meu sócio.
- Bem... pelo menos a empresa ficou só para ti.
- Sim, falida. Totalmente falida. Estou a dever milhões!
- Porra! Então vamos mudar de assunto. E o teu clube?
- Tá mal, sou benfiquista.
- Pelo amor de Deus, Paulinho!, não tens nada de positivo na vida?
- Tenho... HIV.

23.11.04





Novembro este

onde a vinte e três

das nossas vidas enlaçadas

plenas e amadas

faz mais um ano

vivido

partilhado

num retrato

que guardo e amo


* dedicado a Nela Cintra, um dos meus amores.

22.11.04



Uma frase que me ficou:

"Dos melhores prazeres na vida, um, é ter o prazer de dar prazer aos outros."
* Helena Sacadura Cabral

20.11.04

Sugestões de fim de semana

Um Bar


Um Filme


ou... limpar a vista

Para eles ou para elas. Julgo eu.

E ainda pode...

- Começar a ornamentar a Árvore de Natal
- Mudar os móveis da casa
- ou dormir o dia todo

Escolha... e tenha um bom fim de semana!

19.11.04

Alguém se lembra?


“Dedico este gol 1000 às criancinhas do Brasil”.

Foi há 35 anos.

Dez anos depois, nascia um dos meus “Pelés”: O Marco.
Franzino e hiperactivo, tornou-se Homem bem cedo e chutou sempre com os dois pés as anomalias das diferenças sociais.
Impulsionava-o a descoberta das coisas novas. Justo mas revoltado, a vida demonstrou-lhe que também pode ser madastra e fazer cair os sonhos nas angústias dos “penaltys”.
Aprendeu e cresceu sem nunca ter conhecido a amargura da “expulsão” e mantêm-se no topo da classificação dos audazes. Assim o ajude a sorte das bolas paradas.
Hoje é o Rei dos “Pelézinhos”. Joga e faz jogar, mantendo a coerência da sua cor. A cor da camisola que adoptou. Sincera e pura como nos seus tempos de menino.
Saiu ao pai.

Parabéns, meu filho!

17.11.04



Provavelmente, serei o blogger menos letrado no conjunto das minhas amizades virtuais. Não é choradinho, é a constatação de um facto.
Por isso, sinto-me orgulhoso de ter como amiga Márcia Maia.
A Poetisa do outro lado do mar, reconhecida pela sua vertente poética, literária e, sobretudo, pela sua enorme capacidade de amar a vida e o próximo, vivendo com a riqueza de ter

nada.

só um verso
um raio de sol

e a estrada...

Como iletrado, reconheço que não sei adjectivar o suficiente para a ilustrar. Ficará sempre ao critério de quem a conhece. A prová-lo está o Prémio que recebeu de Luiz Alberto Machado.

Parabéns, Márcia. É merecido.

15.11.04



Os discursos

O Miguel teve a amabilidade de partilhar a sua descoberta de quem elabora os discursos do Presidente da República.
Fiquei com uma dúvida: será só os de Jorge Sampaio? É que me parece que existem outras personalidades bem castiças do nosso meio que usufruem do mesmo serviço.
Digo eu.

Tentei aproveitar-me do facto e idealizei um para a discussão do "Orçamento Geral do Estado".
Saiu como eu queria: claro e sucinto.

" As experiências acumuladas demonstram que a contínua expansão de nossa atividade cumpre um papel essencial na formulação do investimento em reciclagem técnica. Não obstante, a complexidade dos estudos efetuados aponta para a melhoria do fluxo de informações. Evidentemente, a consolidação das estruturas talvez venha a ressaltar a relatividade das condições financeiras e administrativas exigidas. A nível organizacional, o julgamento imparcial das eventualidades exige a precisão e a definição de todos os recursos funcionais envolvidos. Percebemos, cada vez mais, que a execução dos pontos do programa nos obriga à análise das condições inegavelmente apropriadas. "

Perceberam?

Agora vou tratar do peixinho assado que tenho no forno.


13.11.04



Revelações estatísticas

Alguns blogs, por exemplo, parecem-me o bacalhau: fazem-se da forma como se quiser.
Por isso, e como não tenho mais nada para fazer até às quatro, fui tentar compreender o ranking das preferências temáticas da blogodependência nacional. Por conta própria.

Sendo assim, detectei que: 75 % dos manganões que para aqui andam preferem temas de sexo! Ou assuntos a roçar o dito. De preferência, com bastante “hardcore” sem cair no obsceno e , de preferência, que não sejam detectados nem identificados.

45 % das pessoas que “descobriram” a blogalização encaixam os seus segredos para a temática poética ou prosaica sem terem que frequentar Tertúlias. Versões ligth de circunstância, poemas inéditos e razões de sobra para escrever o que lhes vai na sensível parte espírita do corpo. Fazem bem, digo eu, e a prová-lo estão os registos dos seus adeptos e visitantes.

Quem está por baixo é a rapaziada da “bola”. Apenas 8 % dos que tratam do assunto são lidos com regularidade. Os picos mais altos sucedem quando alguma desgraça acontece (tipo da morte em campo, ou a bola que entrou mas não contou), ou quando as “bacoradas” do gentio dirigista faz capa na imprensa. Picardias clubistas também acontecem, mas é raro. São assuntos que esfriam rapidamente mesmo com quarenta graus à sombra.

Existem determinadas variantes em alguns blogs que exigem leituras obrigatórias. São os chamados excluídos sociais. Completamente radicais e sem prazo de validade mas que postulam e pulam e saltitam em torno dos mais diversos e descarados temas. Sempre em cima, sempre na berra, mas com uma ligeira impressão de descrédito e à má-fila.

Uns 36 %, ao acaso, não dispensam as absorvências diárias. Escândalos sociais, notícias detalhadas sobre as lides políticas, as toiradas governamentais e coisas assim, fazem o género. Sabiamente talhados em reuniões exaustivas nas faculdades, gabam-se de serem tidos como uns gajos espertos e sabidos. Mas como diz o Ricardo Araújo: “falam, falam, falam e não fazem nada! Um gajo fica chateado…”

Mais adiante, e com som de fundo, 26 % dos “musicais” contam com a visita diária de uma boa parte dos blogs com lugar reservado na zona da 24 de Julho. Sempre em actualização e com as novidades da cantoria reinante à mostra. Seja “pimba”, seja “catrapimba”.

Já os tradicionais “jet 7” dos bolgs caíram, assustadoramente, para 32% das leituras que tinham à uns meses atrás. Saturação dos leitores? Desacreditação confessa do rigor? Passaram a ler a Sábado ou a Maria? Venha o diabo e escolha…

Os regionalistas também não estão lá () muito bem. 12 % é que, de quando em vez, vão à terra deles e nos dão a saber dos enchidos, das castas e dos caciques, mais dos negócios em que esses compadrios resultam. Mas só de vez em quando.
Apenas os generalistas conseguem algum equilíbrio. 49 % vão mantendo o sentido editorial a que se propuseram e assim seguem o seu percurso. Calmo e penoso. Até com alguma regularidade pomposa e contam com os seus fiéis, acima de tudo.

Dos infantis nem falar. Compreendemos que a escola, os testes, os exames, param a actividade virtual das gaiatas e dos gaiatos. Mas, diga-se de passagem, quase ninguém liga aos putos. Estão abaixo dos 3 % das preferências e só a muito custo e cuspo lá se vão aguentando. Mas gabo-lhes a paciência e o querer.

Por mim, não me queixo.
Quem está-está, quem vai-vai. Ando por aí, muita das vezes sem rumo, e outras sem obrigatoriedades, mas a lista dos amigos aumenta cada vez mais e, qualquer dia, nem tempo tenho para me coçar ou perder tempo com estas pesquisas disparatadas.
Mas duma forma geral, nesta aleatória apreciação, podíamos melhorar um bocadinho no relacionamento que mantemos com os outros bloggers. Até por uma questão de orgulho patriótico. Afinal, que diabo, não somos piores nem melhores do que a estranja dos blogs. Sejam eles vietnamitas, sejam elas suecas, sejam lá eles e elas quem forem.
Lá vou eu na cantilena do costume: Somos portugueses, mas falta-nos um bocadinho assim...

8.11.04



Lisboa, um lugar onde se nasce

Andei o dia pela minha cidade.
Cidade que já não via em tempo e pormenor tanto como hoje. Os seus lugares rosmaninhos, as vielas cantadeiras e os becos e as tascas onde em cada copo três se canta um fado e se declama poesia já não existem. Os lisboetas, se ainda os há, estão diferentes, trajam diferente, andam esquisitos.

Uma rua onde passei, lembrou-me um quadro. Aquele quadro, cujo autor tão bem conheço, que retrata o crescimento, as brincadeiras de catraio e ilustra tudo aquilo que ele foi. De tantas outras ruas onde passei, havia lembrança nas janelas dessas casas. Feitas de madeira verde e pé descalço, com calçãozito rasgado, sandalita rebentada e onde delas se via o mar. Agora diferem e assustam. São outros, os arquitectos.

Mesmo assim fechei os olhos e, por momentos, sentei-me no primeiro degrau do lugar de fruta, meu vizinho. “- Ti Tónio, não tem uma frutazinha estragada?”. Não tinha. “- Desaparece-me da vista, filho dum galego” era a resposta adequada naquele tempo de vacas magras.
Despertei e, mesmo assim, ainda deu azo para sentir no ar o fumo cinzento daquela castanha assada desse tempo. Vinda em saco roto, metade boa, metade ardida. Mas eram castanhas que sabiam a gente pobre e cheiravam a Lisboa.

5.11.04



"Escreve!
Sou árabe e o meu bilhete de identidade é o cinquenta mil;
tenho oito filhos e o nono chegará no final do Verão.
Vais zangar-te?

Escreve!
Sou árabe.
Trabalho na pedreira
com os meus companheiros de infortúnio.
Arranco das rochas o pão,
as roupas e os livros para os meus oito filhos.
Não mendigo caridade à tua porta,
nem me humilho nas tuas antecâmaras.
Vais zangar-te?

Escreve!
Sou árabe.
Sou um homem sem título.
Espero, paciente, num país em que tudo o que há existe em raiva.
As minhas raízes,
foram enterradas antes do início dos tempos antes da abertura das eras,
antes dos pinheiros e das oliveiras,
antes que tivesse nascido a erva.

O meu pai descende do arado,
e não de senhores poderosos.
O meu avô foi lavrador,
sem honras nem títulos,
e ensinou-me o orgulho do sol antes de me ensinar a ler.
A minha casa é uma cabana,
feita de ramos e de canas.
Estás feliz com o meu estatuto?
Tenho um nome, não tenho título.

Escreve!
Sou árabe.
Roubaste os pomares dos meus antepassados e a terra que eu cultivava com os meus filhos;
não me deixaste nada,
apenas estas rochas;
O governo vai tirar-me as rochas,
como me disseram?

Escreve, então,
no cimo da primeira página:
a ninguém odeio, a ninguém roubo.
Mas, se tiver fome,
devorarei a carne do usurpador.
Tem cuidado!
Cuidado com a minha fome,
Cuidado com a minha ira!"

(Mahmud Darwish)

3.11.04




Luz vaga, luz vesga, a tua cruz
Já não sai da cama, a minha luz

Da sala, do quarto

Pilha a palavra
Troca a quantidade do assunto modal
A tensão está normal
O lábio fora da boca
A boca fora do mal

Os teus olhos não são de gente
O teu ar foge para cima
Tens a perna no cimento
Tens a mão no pensamento

Ciclope, cicloturismo
Na parte de fora, na nesga do abismo
Imaginário que remete, para onde ainda não fui

Convite ao Universo
Com a tua própria câmara
Fecho a luz num olho
Prego a tábua à sensação

Som da casa, quando não estás...

Dancei para te ver aqui
eu sei, que nada mais pode me ajudar
É do nono andar? Sim
Quis pedir ajuda, mas a língua estava morta
Sei lá! Parei de olhar,
tenho uma corda acesa prestes a queimar
Não és capaz de me levar a sério.
Vou saltar em teu lugar.

Sei que nada mais pode me ajudar

Atrasa o passo
Leva o lenço à boca
Fica na mira do choque frontal
Não é doença, é um animal
Um ruído feito no acto de fingir
seres mau, mesmo a dormir


* Original para download

2.11.04

Eleições Americanas




( Não autorizado - o gajo não confia em mim)

08:00 - Hastear da bandeira

08:30 - Abertura do Electoral College
Confira como funciona: aqui.

08:56 - Primeiros resultados (Hart+s Location, New Hampshire)
Kerry - 15
Bush - 15

11:00 - in the world


12:00 - Últimas sondagens:


Bush 49% - Kerry 47%






12.45 - Reacções:

* "As últimas sondagens apontam para uma situação de empate técnico, pelo que a diferença de votos será mínima." / Janela para o Rio

* "O Alaska é o estado americano em que se prevê uma maior diferença entre os votos em Bush e os atribuídos a Kerry: 57% contra 30%. Por outro lado, Nader (outro candidato) poderá ter aqui o seu segundo melhor score: 5%. Ou seja: votam em massa no gajo que quer esburacar aquilo tudo e, à laia de compensação, dão umas migalhas ao ecologista." / Blogue de Esquerda (II)

* "Não partilho da tese (mais comum na esquerda que na direita) que uma vitória de Kerry significará uma alteração significativa nas políticas interna e externa. Ainda assim, num gesto com tanto impacto como os artigos de Vital Moreira e o pronunciamento d'A Capital, apoio a reeleição de Bush." / Intermitente

* "Hoje não poderemos votar nas eleições americanas. Não poderemos votar entre os que amamos e o lado sombrio de uma América dos costumes, moralmente hipócrita, inculta e totalitária." / A Capital

* "É a América, estúpidos!" / Causa Nossa



14:45


Pode acompanhar mais logo em tempo real os resultados; quer no Público/Última hora ou na CNN/Especial Eleições. O canal AXN disponibilza também na sua emissão de hoje (21:20) o documentário de Michael Moore.

Entretanto, conheça todos os Presidentes Americanos .

18:00 -
As "últimas" no Zogby e no American Research Group.
De qualquer maneira, soubemos que os nossos analistas, depois de uma "sexta" reconfortante, se preparam para nos elucidar sobre todos os contornos deste acontecimento.
Mas prognósticos, só no fim.

19:30 -
Até lá, divirtam-se com Jon Stewart no seu Daily Show.


22:00 -
Isto pode até acabar assim. Mas pode ser que o Pedro Ribeiro, em Boston, nos vá dizendo mais qualquer coisa.

Boa noite e fiquem bem.
Foi um prazer estar aqui sozinho.

1.11.04

Pequenos contos esquecidos



"...O maior erro do ser humano, é tentar tirar
da cabeça aquilo que não sai do coração..."


Um dia, Severino Monte, rapaz pobre que vendia mercadorias de porta em porta para pagar os seus estudos, viu que só lhe restava uma simples moeda de dez cêntimos e tinha fome. Decidiu que pediria comida na próxima casa. Porém, os seus nervos traíram-no quando uma encantadora jovem lhe abriu a porta. Em vez de comida, pediu um copo de água. Entretanto, ela pensou que o jovem parecia faminto e na vez do copo com água deu-lhe um copo com leite.
Ele bebeu devagar, enganando a fome.
- Quanto lhe devo? - perguntou no fim.
- Não me deves nada - respondeu ela. – A minha mãe sempre me ensinou a nunca aceitar pagamento por uma oferta caridosa.
- Agradeço-lhe de todo o coração.

Quando Severino saiu daquela casa, não só se sentiu melhor fisicamente, mas também a sua fé em Deus e nos homens ficou mais forte. Ele estaria resignado antes a render-se e deixar tudo. O trabalho. Os estudos. Até a própria vida.

Vinte anos depois, essa jovem mulher ficou gravemente doente.
Os médicos locais estavam confusos. Finalmente, enviaram-na para uma grande cidade, onde havia um especialista da sua rara enfermidade.
Quando leu o nome da aldeia de onde ela viera, uma estranha luz encheu os seus olhos. De seguida, vestido com a sua bata de médico, foi ver a paciente e reconheceu imediatamente aquela mulher.
Determinou-se a fazer o melhor para salvar aquela vida. Passou a dedicar-lhe uma atenção especial e uma demorada luta pela vida da enferma, travou. Ganhou a batalha.
Passado o tempo do total restabelecimento, Severino Monte pediu à administração do hospital que lhe enviasse a factura total dos gastos. Conferiu, e mandou entregá-la no quarto dela juntamente com duas rosas.
Ela tinha medo de abri-la porque sabia que levaria o resto da sua vida para pagar todos os custos da sua operação. Finalmente decidiu-se e abriu o envelope. Tinha algo que lhe chamou a atenção. Por baixo dos muitos dígitos tinha uma pequena mensagem:

"Totalmente pago há vinte anos com um copo de leite.
Severino Monte.”