31.7.04




Quando não se tem nada para fazer faz-se meninos, diz o povo na sua infinita sabedoria. Mas, quer eu quer a minha Nela, já temos idade para ter juízo.
Por isso, pensei: e se houvesse uma Festa dos Blogs?
Não uma festa marcada com assentos em pele ou convites em papel chagrin com recantos prateados. Não a oportunidade de saber se fulano ou fulana veste Armani ou não usa soutien. Ou se “aquele gajo” de óculos com aros piqueninos é quem escreve na gazeta lá da terra. Nada disso. Há coisas (como os blogs e os bloggers) que têm os seus encantos próprios e era um desperdício conhecê-las mais de perto.
Estou a falar de coisas inventadas, de tempo bem passado, de Festa.
Depois, claro, podiam ir todos jantar ao Pastilhas.

Eu sei, eu sei que o País continua a arder e Darfur continua a provar a culpabilidade de todos nós para que tenha acontecido também Timor ou Auschwitz. É sempre a mesma merda.


Mas hoje estou p'raki virado, o ké que se pode fazer...?

28.7.04



Um dia especial

Gente querida: Letícia, a minha neta, nasceu ontem!” são apenas palavras.
Mas estas palavras sigificam o que nem todos se podem orgulhar, ainda, de ter.  Revelam muito amor, muita esperança e uma enorme alegria que qualquer avó, mãe e pai que se preze, grita ao mundo.
E os blogs podendo não servir para muita coisa, servem de certeza para partilhar estas alegrias ao lado desta gente, que somos todos nós, para que possamos ter um bocadinho destes perfumes e prazeres que a vida nos vai dando. E que os mais novos, daqui a uns tempos, também terão. Por isso, hoje é como se estivesse em casa da Márcia a providenciar fraldinhas e aconchego. Ter as geladinhas à mão para os amigos. Saber se está tudo bem com a Sílvia (na foto) e não parecer preocupado. Fotografar e registar todos os momentos, receber prendinhas e os parabéns de quem vai entrando. Dizer obrigado a quem vi agora e dar graças a-deus por este dia.
É giro!
É da praxe, eu sei. Mas é diferente. Porque sou pai e avô e já passei por isso.

ps - não acordem a menina, s.f.f.
  

27.7.04



Saiam da frente!

Vou levar estas duas encomendas (dois dos quatro netos) a dar uma volta...
 

aproveitando as "férias" que vou tendo.

Não sem antes deixar um mimo à Márcia (que fará o favor de passar a todos os nossos amigos do outro lado do mar) pela excelente vitória do Brasil na Copa América.

Argentina 2 - Brasil 2 (2-4 em g.p.)


(foto gentilmente cedida pela tripulação da minha canoa)

24.7.04

Morreu o Mestre


a palavra por dentro da guitarra
a guitarra por dentro da palavra.
ou talvez esta mão que se desgarra
(com garra com garra)
esta mão que nos busca e nos agarra
e nos rasga
 e nos lavra
com seu fio de mágoa e cimitarra.
asa e navalha.
e campo de batalha.
e nau charrua e praça e rua.
(e também lua e também lua).
pode ser fogo pode ser vento
(ou só lamento ou só lamento).
esta mão de meseta
voltada para o mar
esta garra por dentro da tristeza.
ei-la a voar ei-la a subir
ei-la a voltar de alcácer quibir.
ó mão cigarra
mão cigana
guitarra guitarra
lusitana.

Poema de Manuel Alegre

22.7.04



Amanhã é dia 23!
Há alegria nas janelas e risos nos beirais. Há um sol a espreitar do nosso lado, passarinhos nas fontes d’água pura e saltimbancos nas vielas do meu bairro. Amanhã é mais um dia vinte e três recheado de coisas boas que acontecem aos sortudos.
Mas não aqui, neste blog, onde pela primeira vez o não celebrarei. Porque amanhã, a vinte e três, tenho-a em casa. Ao pé de mim.


20.7.04

Memórias BREVES E CULTAS da minha vida
 

Petrarca – O humanista cuja poesia inspirava Camões nasceu há 700 anos. Ainda não faz muito anos andava eu com o Bosco Deleitoso Solitário para trás e para a frente nas carteiras da escola.
 

Armstrong – Tinha eu 15 anitos quando um pequeno passo para o homem, foi um gigantesco salto para a humanidade. Parece que foi ontem.
 

Francisco de Holanda – Outro humanista. Português. Morreu sem que o seu sonho (a construção do Aqueduto das Águas Livres) se tornasse realidade. Acho que por a Igreja ser contra. A muita brincadeira minha assistiram aqueles arcos.
 

Hitler – Passaram já 60 anos desde a primeira tentativa de fazer com que a II Guerra Mundial acabasse mais cedo. O alvo era Hitler. Falharam. Foi pena.
 

Ottis Reading –  Não sei ainda bem porquê mas hoje lembrei-me deste fulano. E do final das tardes em que o ouvia.
 

19.7.04


 
2.ª feira! Dia que a maioria das pessoas normais começa a sua semana de trabalho. Eu não. Acabei-a. Daí que, hoje, vá fazer uns ajustezinhos no blog.
(o que leva a que me ocorra já, já, uma questãozinha) De onde é que os bloggers editam os seus? De casa ou do trabalho?
Mas isso não interessa nada. Qualquer coisa... estou por aqui.
 
 




18.7.04



Hoje podia muito bem estar de saída em Faro e ir directamente para Vilar de Mouros. Mas não. Estou preso a um compromisso inadiável e o que me vale são os cafés e os blogs.
Mas uns não me deixam dormir e nos outros não está lá ninguém. Que seca!

17.7.04


 
(09:34) Discordo destes! Absolutamente
 
Eu já cá venho fazer um governo à medida, se ninguém, entretanto, me der palpites. Hoje espera-me uma hercúlea tarefa... a propósito: onde é que fica a praia dos Tomates
 
(10:40) Isto não é fácil. Nem está. Mas depois de várias frentes contactadas cá se começam a compor as coordenadas.
 
(11:23)
Primeiro-Ministro : Acidental
 
Vou fazer uns telefonemas e já cá volto...
 
(11:57)
Ministro de Estado, das Actividades Económicas e do Trabalho: Albergue dos Danados
 
(12:19)
Ministro de Estado e da Defesa Nacional: portigalgay
 
Isto está-se a compor...
 
(12:34)
Ministro de Estado e da Presidência: O homem que mordeu o cão 
 
estas novidades no Blogger deliciam-me...
 
(12:59)
Ministro das Finanças e da Administração Pública: (A) tormenta
Ministro dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas: Cada caso é um caso
Ministro da Administração Interna: Núcleo Duro
 
Vou ver se ainda apanho alguns elegíveis por estas bandas...
 
(13:22)
Ministro das Cidades, Administração Local, Habitação e Desenvolvimento Regional: O País Relativo
    
Só espero que o Presidente da República não me ordene para parar agora...
 
(14:58)
Ministro da Justiça: Podiam ser mais
Ministro da Agricultura, Pescas e Florestas: ene coisas
Ministra da Educação: Aturem-me
Ministra da Ciência e Ensino Superior: 100nada

As minhas escolhas, de pacificas nada têm... mas já faltou mais.
 
(15:33)
Ministro da Saúde: dói-me +
Ministro da Segurança Social, da Família e da Criança: Circo Cerebral 
Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações: Guia dos Perplexos
Ministro da Cultura: Encalhado
 
Já cá venho... vou fazer um update do anti-vírus dos próximos ministros.

(19:28)
Ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território: Cegos, Mudos e Surdos
Ministro do Turismo: Fora do Mundo
Ministro-Adjunto do Primeiro-Ministro: Cobra-Cuspideira
Ministro dos Assuntos Parlamentares: Estrago da Nação
Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros: Homem-a-dias

E pronto. Foi o melhorzinho que me coube arranjar para fazer face às primeiras impressões. Mas já há mais candidatos na calha. Ah! pois... querem ver?


16.7.04


Como está?
 
Vá lá a gente perceber os blogs. Ou melhor, perceber quem escreve nos blogs.
Já há um tempo a esta parte notei que muita boa gente ao desistir de um blog, ou de o fazer individualmente, se organizava de forma a que continuasse neste exercício salutar que é o da escrita. A dois, a três, em grupo, ou noutro sítio qualquer. Bem ou mal, continuam. Divulgam, partilham, denunciam, inovam, descobrem, lamentam, mas trocam mimos, acenos, brejeirices e algumas experiências agradáveis. Podemos não gostar deles, ou delas, pela forma como se nos impõem mas volta e meia estamos lá caídos (falo pela família).
O que leva uma pessoa a desistir de um blog?
Falta de assunto? Não!
Falta de tempo? hehe…deixa-me rir.
Calculo que sei a causa porque já passei por isso. Uma delas é porque não se tem o back não sei quantos e uma pessoa chega a uma determinada altura e parece que está a escrevinhar para o boneco. Então descobri há uns meses a forma de não me sentir um pobre coitado que anda aqui a tentar mostrar-se resolvendo o “problema psicológico da não aceitação”: coloquei um contador.
Para além das sete visitas que tive sempre garantidas verifiquei que, afinal, sempre havia mais gente à portinhola deste espaço e fui criando laços de amizade virtual com quem nem sequer conheço realmente. Porque depois sucede um “vens cá tu e agora vou lá eu” e a malta vai dizendo uns disparates e assim, e a coisa prolifera. E o facto é que cá continuo há mais de um ano, quer cá venham sete ou setecentos. Infelizmente, por um lado, a ver partir pessoas que estimo e a que me habituei a ler diariamente ou quase. Por outro, alegremente e quase aos saltos porque se está sempre a aprender e a renovar, ou descobrir, conhecimentos e/ou mais blogs.
E o que é um blog? perguntam. Repondo algum contra senso nesta crónica que já vai longa, um blog é o que se quiser que seja. Tanto pode ser um chavelho que trazemos ao pescoço pendurado, como o livro aberto da nossa vida ou uma janela para dizer bom dia a quem por cá passar.
De um blog pode até fazer-se um filme, uma causa, um casamento, uma caldeirada. Mesmo que não sejam obrigados a comentar um simples olá, pá! tás bom? o que um blog não tem que ser é a negação da nossa própria maneira de estar na vida. A partir daí é tudo lucro.
Digo eu, sei lá.
 
Bom dia!

15.7.04



O ESTATUTO DO GAJO


Artigo 1
Fica decretado que agora vale a verdade, que agora vale a gente e que de blogs dados, lutaremos até ao último suspiro pelo gajo.

Artigo 2
Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive os domingos mais cinzentos, têm direito a converter-se em manhãs de venda de utensílios e outros acessórios que nos lembre a imagem que o gajo tem.

Artigo 3
Fica decretado que, a partir deste instante, haverá SM’S em todos os blogs, onde os links terão direito a abrir-se dentro da sombra prateada das janelas e que as ditas devem permanecer, o dia inteiro, abertas e minimizadas, para acompanhar a notícia onde cresce a esperança do resto dos gajos que aí vem.

Artigo 4
Fica decretado que o homem não precisará nunca mais duvidar do gajo.
Que o homem confiará no gajo como a palmeira confia no vento, como o vento confiar no ar, como o ar confia no campo azul do céu, como o gajo confia na gente para lhe alimentar o ego.

Parágrafo Primeiro
O homem confiará no gajo como um menino confia em outro menino que não tenha nada a ver com a Casa Pia.

Artigo 5
Fica decretado que mais gajos estarão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio nem a armadura das palavras. Têm as tv’s para isso e os blogs também.
O gajo sentar-se-á à mesa com seu olhar limpo e puro porque a verdade passará a ser servida antes da sobremesa, antes do dia 30, antes de sermos despedidos.

Artigo 7
Por decreto irrevogável fica estabelecido que o reinado permanente deste gajo, e de quem o apoiar, será a alegria desta dádiva generosa para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo 8
Fica permitido que o pão de cada dia, ou a falta dele, tenha no gajo o sinal de seu suor. Mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura com que vai defender os interesses dos operários, soldados e marinheiros, e de todos os outros infelizes.

Artigo 9
Decreta-se que nada será obrigado nem proibido.
Tudo será permitido, inclusive reinar com esta malta toda e caminhar pelas tardes calorentas deste jardim à beira-mar plantado na procura do Homem Novo que irá seguir os seus passos. Sempre, mas sempre, com uma imensa begónia na lapela a pensar em nós.

Parágrafo Único
Só uma coisa fica proibida: pedir a demissão se as coisas derem para o torto.

Artigo Final
Fica proibido o uso da palavra sufrágio, a qual será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas e das urnas.
A partir deste instante as EPCCG’s (eleições para correr com os gajos) será algo morto e defecado como um fogo que arde sem se ver e a sua morada continuará incerta nas decisões de todos os futuros presidentes da república.


Aguenta coração!

14.7.04

13.7.04



Bom dia.
Muito naturalmente, se hoje não houver por aqui novidades é sinal de que muitos dos blogs competentes onde faço algumas redescobertas estão de férias.
Só um parvo como eu não reconheceria que este pequeno espaço é uma pobre experiência na Internet onde vou aprendendo e enriquecendo a minha bagage cultural à custa das grandes superfícies de informação, de análise e de consulta obrigatória. (Como dizem os meus amigos brasileiros: eu não passo mais de um boteco. Ou quanto muito, uma pequena mercearia de bairro).
Mas há mais. Existe um pequeno mundo de amigos à parte a quem tenho de retribuir com um gesto, um sinal, um beijo, um abraço, pelo tempo que gastam em ler os meus disparates e outras coisas obrigatoriamente fúteis.
Por isso, entre a confecção de umas febras de cebolada para o almoço, um telefonema para a minha neta no Algarve e uns arranjos no template dos blogs da família, vou tentar deixar uma palavra amiga a todos quantos a esta página têm vindo. Não só por ser uma forma simpática de corresponder, mas porque é de boa educação. E eu não sou ingrato.

12.7.04



A TODOS, a vosotros,

los silenciosos seres de la noche

que tomaron mi mano en las tinieblas, a vosotros,

lámparas

de la luz inmortal, líneas de estrella,

pan de las vidas, hermanos secretos,

a todos, a vosotros,

digo: yo canto.

11.7.04


Espaço Aberto

Hoje disponibilizo este espaço para si. Escreva, desenhe, rasgue, pinte, amachuque, dobre, faça o que quiser. É seu.
















10.7.04


Ai Portugal, Portugal...

Ferro Rodrigues demitiu-se...

e esta podia ser uma das reacções de quem, pela sua tomada de posição, considera de "traidor".

As outras, andei eu toda a noite pelos blogs a auscultá-las e cheguei à triste conclusão que já cá ando há uns aninhos para saber que é o que sucede quando estas coisas acontecem.
De forma alguma vou entrar em análises de filmes que já vi, faz tempo. Não senhores. Para isso estarão (estão) os blogs da matéria com elas relacionadas. O que NÃO me causa espanto é que em meia dúzia de dias de um Portugal que já não via desde 1974 passar-se abruptamente para um País dividido, falho de soluções e repleto de diferenças angustiantes, num scolariano mata-mata menos vistoso e empolgante regado em várias casas por um vinho verde das regiões a norte.
Pelos blogs, que podem estar fora de moda mas realçam de forma espelhada o que se passa no resto do país, verifiquei que voltámos a ter ricos e pobres, gordos e magros, esquerda e direita, altos e baixos, burros e espertos numa de quem perde ou quem ganha que pouco interessa.
Como diz o Pedro T: estamos na mesma. Não há volta a dar às características deste povo e continuaremos a ser o Portugal que os portugueses são. E eles, os políticos, sabem disso.
Não se pode exterminá-los?



De modo algum, aludi a que se começasse por esta senhora.

9.7.04

Quando nada se tem para dizer, ouvem-se os outros a falarem ao coração.

Foi o que fiz ao ouvir o discurso do Sr. Presidente da Reública acabando por constatar o que já se previa.


Agora vou ler as reacções!

6.7.04



A minha campanha no Euro termina aqui e Portugal não se esgota numa final perdida. Portanto, continuemos para blogs.