15.7.04



O ESTATUTO DO GAJO


Artigo 1
Fica decretado que agora vale a verdade, que agora vale a gente e que de blogs dados, lutaremos até ao último suspiro pelo gajo.

Artigo 2
Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive os domingos mais cinzentos, têm direito a converter-se em manhãs de venda de utensílios e outros acessórios que nos lembre a imagem que o gajo tem.

Artigo 3
Fica decretado que, a partir deste instante, haverá SM’S em todos os blogs, onde os links terão direito a abrir-se dentro da sombra prateada das janelas e que as ditas devem permanecer, o dia inteiro, abertas e minimizadas, para acompanhar a notícia onde cresce a esperança do resto dos gajos que aí vem.

Artigo 4
Fica decretado que o homem não precisará nunca mais duvidar do gajo.
Que o homem confiará no gajo como a palmeira confia no vento, como o vento confiar no ar, como o ar confia no campo azul do céu, como o gajo confia na gente para lhe alimentar o ego.

Parágrafo Primeiro
O homem confiará no gajo como um menino confia em outro menino que não tenha nada a ver com a Casa Pia.

Artigo 5
Fica decretado que mais gajos estarão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio nem a armadura das palavras. Têm as tv’s para isso e os blogs também.
O gajo sentar-se-á à mesa com seu olhar limpo e puro porque a verdade passará a ser servida antes da sobremesa, antes do dia 30, antes de sermos despedidos.

Artigo 7
Por decreto irrevogável fica estabelecido que o reinado permanente deste gajo, e de quem o apoiar, será a alegria desta dádiva generosa para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo 8
Fica permitido que o pão de cada dia, ou a falta dele, tenha no gajo o sinal de seu suor. Mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura com que vai defender os interesses dos operários, soldados e marinheiros, e de todos os outros infelizes.

Artigo 9
Decreta-se que nada será obrigado nem proibido.
Tudo será permitido, inclusive reinar com esta malta toda e caminhar pelas tardes calorentas deste jardim à beira-mar plantado na procura do Homem Novo que irá seguir os seus passos. Sempre, mas sempre, com uma imensa begónia na lapela a pensar em nós.

Parágrafo Único
Só uma coisa fica proibida: pedir a demissão se as coisas derem para o torto.

Artigo Final
Fica proibido o uso da palavra sufrágio, a qual será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas e das urnas.
A partir deste instante as EPCCG’s (eleições para correr com os gajos) será algo morto e defecado como um fogo que arde sem se ver e a sua morada continuará incerta nas decisões de todos os futuros presidentes da república.


Aguenta coração!

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