30.11.03



Um dia de Domingo

O meu blog faz sete meses.
Foram meses de palavras, alguns actos e muitas dúvidas.
Foram sete meses muito bons, engraçados e bastante agradáveis. Sete meses quase todos a aprender.
Sei que não é uma vida. Sei que não é uma certeza. Mas pelo que foi, são sete meses que me tiraram um pouco da rotina diária, dos mecanismos automatizados e me facultou o regresso ao interesse de coisas outras.
Nestes sete meses nem tudo se pode ter vencido. Nem tudo se conseguiu ganhar. Apenas me ficou a certeza de que nada se perdeu.
Se “isto” ainda perdura aos meus ilustres visitantes o devo. Sem eles, era como se estivesse a falar sozinho, e era crível, e menos trabalhoso, escrever em folhas frias de papel e guardá-las numa qualquer gaveta do escritório.
A todos eles, o meu sincero Obrigado.

29.11.03



Dedicado a:

Fata Morgana – Pelo seu “Mês do Sagitário”. A experiência da sua própria maternidade em palavras. Mulher e Mãe de coragem.

Substrato – Pelas suas crónicas directas de Moçambique. Terra longe. E tão perto.

Os Miúdos – Ao Alexandre, à Inês, ao Mário Nuno e à Thita, pelo seu desempenho na blogosfera. Enraizados em influências várias, mantêm a saudável e irrequieta fantasia que ditam que não é por eles que a juventude desiste.


28.11.03



Tempo dos passos perdidos

Uma parte da vida é dedicada no sentido de situações meramente pessoais.
Por outro lado, mais do que dormir, um outro terço da dita afecta as pessoas com vulgaridades. O tempo de perder tempo e amigos.
Nesse auge decadente da maturidade, gritam sozinhas e não permitem que os julguem. Nem tão pouco que lhes lembrem que a verdadeira essência desta nossa arrastada passagem por aqui é a alma humana que faz desencadear a vida que cada um merece.
Quanto daria eu para saber se o outro terço que nos resta é vivido a olhar para dentro de nós próprios ou para os outros.





Também não se pode ter sempre azar, não é?

26.11.03



Palavras ditas

Hoje estou com calma no corpo mas completo de nódoas negras na alma. Sei que, por momentos, as palavras bem alinhadas soam bem bonitas. Belas e tranquilas. Às vezes, as letras bem encontradas, têm frases escolhidas. Meigas e belas.
Mesmo sem saber o que dizer, por vezes ou quase sempre, as tais frases e palavras encontradas escondem o sentido terno do querer, escondem o sentido útil de odiar e amar ao mesmo tempo, e o sentido único de escolher.
Se por muito de falar se encontra um eco, há palavras bonitas encontradas que escondem olhares por descobrir, que escondem fórmulas por decifrar, que escondem sempre qualquer coisa que não conseguimos encontrar.
Por isso, olha-me. Vê-me. E deixa-te estar.

Pois é provável que me encontrem nos Fados.

23.11.03


Hoje
Ao contrário da paixão, as palavras de amor fazem doer. Ferem a alma e agridem o coração. Provocam espasmos no nosso próprio ser, na nossa destilada ira , e fazem sangue. Porque amamos e somos reais.
Por isso eu sei que fazem bem.
Aos olhos de outros, por muito que doa e faça sentir, o Amor assim votado não é, nem pode ser, uma jogada perdida e mal paga ou um penalty falhado à boca da regra e dos limites.
Prevalece mais o não ganhar. Impõe-se mais retribuir tudo aquilo que somos, fomos ou gostaríamos de ter sido. Daí, naturalmente, que sintamos saudades das coisas boas. De gotas de orvalho e erva fresca. Da chuva miudinha e areais com muito sol. De gente só, triste, calada por uma vida ingrata depois de tantos anos de sorrisos.
Hoje é dia 23, Amor. Dia de nunca descrever o que sinto ou, por acaso ou por destino, um dia de calar e esconder o que vai no coração.
Viverei para o saber? Sou muito bem capaz de não...
Mas preciso de você.

21.11.03



À mesa com os amigos

Por vezes, fica-se perdido em recordações temporais de dias e noites que nunca mais regressam. Vive-se em conversas trocadas sem sentido. Filosofias vãs que aniquilam a oportunidade de nos voltar-mos a encontrar.
Mas os tempos, hoje, são diferentes.
As noites podem ter a lua como horizonte, mesmo não tendo o ritmo frenético da nossa juventude. As esplanadas não deviam nunca perder o brilho de todos os bancos de jardim. E os espaços... esses espaços tão nossos, deviam continuar a serem feitos com o timbre artesanal do nosso lado artístico e sentimental.
As flores deviam continuar a ter o seu próprio perfume. Para mim, um cheirinho a maresia. Para ti... para ti, a escolha do teu próprio tom.
Temos que descobrir as noites inventadas por crianças. Dias menos agrestes que nos façam amar e rir até que volte a anoitecer. Daqueles que iludem e deixam rastos. Que deixam pistas para reduzir o outro lado da vida e da má-sorte. Embriagando-me nesse odor, posso ver menos tragédias e ventos impelidos por desgraças. Posso ver partes iguais naqueles que nascem mais perto.
Temos diversas maneiras de sentir. É a própria vida que nos ensina no dia-a-dia. E “se há gente que encara a tristeza a rir, existem muitos outros que choram de alegria”.
Por isso, da minha janela vê-se o mar.


Reservada

20.11.03



Textos esquecidos de Natal (2)

Para quem tem uma vida dura pela frente e pintada em vários tons, vive sempre em função dos dias e das horas que passam vigorosas. Muitas delas lentas e difíceis, outras incrivelmente rápidas e decisivas.
Daí que, para além dos filhos e netos que já tenho, mais não deixo que a minha própria estória de ninguém. Que nunca escrevi. Mas que só eu sei onde está.
Talvez por mágoa, talvez por medo, angústia pelo dia de amanhã, se torne a máscara de mim e de todos os momentos. Pode ser até a sina minha, o meu fado, o egoísmo de todas as coisas e o terminal dos sonhos cor-de-rosa.
Existe sempre, algures, um mar abandalhado nas areias dum rio que nunca encontra a foz. São trabalhos forçados atribuídos a um crime que não se praticou. São condenações a mais para um homem só. Mas por amor, sou capaz de tudo. Até deixar de amar.

18.11.03


Hoje tenho que trabalhar fora das horas de expediente. Liga-se-me a vontade de escrever com a maior vontade de vos ler e mais ainda a vontade de dizer que vida de pobre é mesmo assim. Mas é só financeiramente falando. Ou melhor, escrevendo. Porque estando por aqui sempre vou "ganhando" mais do que se estiver a trabalhar. A sério! Não é treta.
Vão ver amanhã!
Se desejarem fiquem com Ottis Redding, Xutos & Pontapés, 4NonBlonden ou com os gestos e sinais poéticos da minha mais recente visitante: Cat S.
Claro que os amigos do lado esquerdo linkados também são opções ... mas ninguém tem tempo para tudo.
Um bom resto de dia e noite! Divirtam-se e até amanhã. Porque tenho um " vim te convidar para o Flash Blog lá no Navegando na Insônia. Já participou de algum? Se não, venha, vai adorar! Passe lá pra saber como é um Flash Blog."
Tenho que me preparar...

17.11.03



Textos esquecidos de Natal

Há muito tempo tiraram-me o lado feliz da inexistência.
Na continuidade, tiraram-me o mundo puro da minha meninice.
Com tempo enorme de isolamento tiraram-me o lado forte da adolescência e, com o decorrer dos sonhos, fui crescendo ao sabor dos dias que iam chegando.
Formei-me em doses de intuitos e alguma imaginação. Fiz-me de fardos e cruzes em montes e vales que nunca vi. Transformei-me, sem o querer, num labirinto de emoções revolto em mares viciados e dispersos.
Fiquei líquido. Um líquido sólido de gelo e fogo que ultrapassa a nostalgia desta vida.
Sou por vezes um emaranhado de surpresas que ninguém viu, ninguém sabe.
Por alguns anos tiraram-me as raízes do meu próprio destino. Arrancaram-me a crença num deus que não existe ou já morreu.
Fizeram de mim um embrulho de restos e pedaços de cores dispersas e, pelo rumo que vou levando, sobra-me sempre qualquer coisa que insistem, continuadamente, em tirar-me.
Agora foi a vez de me roubarem o lado feliz do meu isolamento. Levaram também o sentido da minha própria liberdade. Perante tudo isto e de tudo mais o que possuo, espero que não consigam privar-me do que me resta: Tu!

15.11.03



Linguagem das Flores

Os nossos jardins estão cheios de estórias e a História das Flores é uma parte da história da humanidade. Desde o início dela, as flores têm servido como inspiração de poetas e pintores. Muita boa gente constituiu família por causa de uma flor. Pensamentos belos foram expressos através das flores e muitas mensagens correram o mundo acompanhadas por uma flor. Inúmeras namoradas receberam flores e alguns bons rapazes foram advertidos por assaltarem o quintal do vizinho para as conquistarem.
Já falou com alguma? Então clique aqui, s.f.f.

14.11.03



Por acaso sabem quão espectacular é o espaço de J. V. de Sousa que até teatro tem?
Esta é para ele.


Já alguém leu Fata Morgana?
Só para ela.

Por acaso, alguém conhece o Buba?
Para ele ouvir.

Conhece a Titas? Uma anarquista adorada que tem um fã fundamentalista?
Dedicada a ela por ele.

Bem me pareceu.

Agora vou jogar um bocadinho contra os americanos.


Há dias assim

Hoje não sei porquê sinto-me assim-assim.
Ou é da terra girar rapidamente e me põe a cabeça em fanicos ou da variedade de pessoas que não conheço e me assinalam.


Por um lado, estou bem. Talvez pelas comodidades e atenções de que sou alvo e não estando habituado a essas coisas me sinta como se tivesse renascido duma qualquer transcendência orbital. Daí sentir-me estranho e descansado.

Por outro, encontro-me mal. Sem querer ampliar a miopia que gera estes casos, não me vejo com ideias claras e liberais – que sempre quis ter – para duvidar das acções favoráveis que tenho presenciado nos últimos tempos. Parece até que me sinto anulado, incapacitado e ao quadrado. Para uma melhor compreensão pedagógica sou capaz de estar absorvido por algum malefício asiático ou por um vírus qualquer que ninguém ainda descobriu.

Seja como for, incrédulo como sempre fui, pode ser que seja agora que o futuro que me resta seja a resposta ao passado que nas vossas mãos existem. Para bem dos outros e de mim. Mesmo que sejam filhos da fruta. E sabem porquê? Porque há dias assim

11.11.03

EFEMÉRIDES

1775 - João Baptista Pelle, presumível autor do atentado contra o Marquês de Pombal, foi executado
1788 - Morreu o príncipe português D. José
1820 - Em Portugal, ocorreu uma revolta denominada por Martinhada
1821 - Nasceu o escritor Fiodor Mikhailovich Dostoevsky
1868 - Nasceu o pintor francês Jean Édouard Vuillard
1885 - Nasceu o General americano George Smith Patton
1911 - Foi criada, por Decreto, uma comissão responsável por coligir todos os documentos guardados no arquivo do Ministério das Colónias, que interessassem à administração colonial
1915 - Morreu o escritor português José Pereira de Sampaio Bruno
1918 - Terminou a I Guerra Mundial, após a assinatura do armistício
1920 - O Soldado Desconhecido foi enterrado na Abadia de Westminster


2003 – Hoje é dia de S. Martinho, vai à adega e prova o vinho.
Se faltarem castanhas têm aqui uma casa às ordens.




10.11.03



Uma questão informática

Ontem fiquei admirado por uma descoberta feita noutro computador: visualizei este blog de uma forma completamente diferente. Quer na cor, nos links ou nas imagens.
Eu pergunto: como é que vocês (os meus ilustres visitantes) me “vêem”. A azul, a verde ou vermelho? Para o escuro ou nem por isso?
É que o mesmo se passa com quem visito. Ou mudaram o Template ou visualizados por um sistema operativo que não o meu vislumbro outra perspectiva. Às vezes melhor outras nem por isso.
Como sou um “nabo” em questões informáticas avançadas apenas pretendia actualizar-me com quem sabe. Se quiserem ter a amabilidade de me explicar sucintamente, agradecia.
Agora vou dar uma voltinha aos blogs. Fiquem bem.

Noutra onda
Devo dizer que, a título posterior, estou orgulhoso do meu querido e ilustre homónimo. A Famiglia, às vezes, tem destas coisas. E mais não digo...

9.11.03



A propósito de nada e de tudo

Andei na cusquice outra vez. Estava numa de me referenciar por critérios mais objectivos no campo da informação mas, qual quê...! Um tipo perde-se logo no primeiro encontro * fora dos blog's. Aqui vai uma curiosidade que desconhecia sobre as mulheres:
- 45% das mulheres preferem fazer amor no escuro.
- 56% preferem que seja de manhãzinha.
- 55% dormem nuas.
- 86% nunca fizeram sexo numa banheira.
- 99% não pretendem fazer amor no escritório.
- 100% das mulheres sonham fazê-lo no meio da natureza.

Conclusão:

Parece ser estatisticamente muito mais fácil dar a volta a uma mulher no meio dum bosque de manhãzinha, do que à noite no escritório.
Por isso não vale a pena ficar a trabalhar até tão tarde.
* Mas há mais...