3.11.07



Comovidamente alertado, como já me fez saber uma pessoa amiga, aproximam-se a passos largos datas “trágicas”. Uma já passei (o dia dos entes queridos), com o coração quebrado e a sangrar por vários lados. Aproxima-se outra, a vinte e três; a (ex-) celebração de mais um ano no desenrolar de duas vidas passadas em conjunto e ternamente enriquecidas.

Se passar essa… então, posso afirmar que sobrevivo. Que resisto. Enfraquecido, é certo, mas estoicamente a lutar para não me deixar vencer. Faltar-me-ão ainda mais. Aquelas onde todos juntam sorrisos largos. Crianças felizes. Perspectivas de um futuro mais risonho e muitas luzinhas a indicarem mil caminhos.

Talvez piores, serão as noites frias. Gélidas. Onde mais se vai fazer notar um vazio que não suporto e que me apertam entre quatro paredes caiadas de escuro. Uma mesa solitária sem cadeiras. Os pratos limpos. Uma toalha estendida sobre nada.

Uma cruz que tenho de carregar durante a vida que me resta.

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