2.2.08



A morte que me matou
foi à traição.
Sem avisar.
Esventrando-me a existência
dos poemas que fazia
com raiva de cão.

A morte que me matou
não tem sentido.
Fez-me perder o rasto do caminho
e as palavras
que da boca com que ria,
dizer já não consigo

De seguidas luas e noites
não sei dos trilhos onde passou.
Caíram-se-me os abismos.
Quebraram-se-me os vidros
e as portas abertas dos meus muros.
Apenas sei que foi dela a morte que me matou.

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