14.12.08


O sapatinho dos outros

Pelo segundo ano consecutivo ainda não consigo ter Natal.
Mas pior do que não ter Natal, é este sufoco que não me larga. São as muitas recordações que não dispenso. É toda uma panóplia de incertezas que até a própria crise se encarrega de me lembrar.

A própria visão que tenho do mundo, anda agora distorcida. As outrora luzinhas de Natal já não piscam. O olhar espelhado em cores garridas já não convence e, muito provavelmente, não serei a companhia ideal para acompanhar a Noite de Natal à mesa da família.

Resta-me dar a volta à coisa, e minorar os efeitos desta angústia que me invade.
Por isso, sou muito bem capaz de ir deixar no sapatinho dos outros uma palavra de amigo. O gesto que me habituei a ter com todas estas virtualidades dos blogs. Aquela presença que a muitos sempre dispensei com total agrado, retribuindo todas as palavras de estímulo e de esperança que tiveram a gentileza de me enviar.

Talvez seja a melhor forma de poder ultrapassar este luto que se arrasta: verificar por quantas cores se multiplicam os sapatinhos na chaminé de cada um.

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