3.7.12

Crónica dos dias pardos


Demorei-me hoje, mais do que pensava, no rever da vida e do trajecto que já fiz.

Entre sal e sombra, viagens várias, reconheci o meu mundo espesso. Agreste. Aqui e ali, salpicado de palavras doces. Ruas escuras onde os anos foram passando, receoso que pudessem alterar as paragens de autocarro que nas idas e vindas se descobrem.

Olhei-me menino e pobre. Quase pé-descalço à conquista dum mundo novo. O tal futuro promissor que o nosso ritmo percorre depressa. Como a calçada portuguesa, ou os sonhos que demoram um sono solto.

E descobri uma nova vaga.
Aquela que me vai levar mais longe daquilo que tinha programado: a cadência dos meus próprios passos.
Um a um. Sem vacilar nas pontes que atravesso.
Nem nos amigos. Que são um bem comum.

1 comentário:

Madalena disse...

Como sempre: belo texto que te reflecte! (Terá c? Será reflete?)