11.12.05

O Subsídio

Se existem coisas que fazem sorrir os portugueses nesta altura do ano, o subsídio é uma delas.
Mesmo não gostando do nome que lhe deram (soa-me a esmola, pedinchice ou até parece que estou a roubar alguma coisa) a mim sabe-me bem. Dá para comprar o bacalhau e as couves. As prendas p’rós miúdos. Alguma coisa que nunca tive.

Mas tem um senão. Porventura, alguns senãos.
Primeiro, porque é pouco. Segundo porque é só um. E eu que sou do contra, comecei a constatar que merecia mais.

Vejamos eu a pensar p’ra dentro: só pelo facto de trabalhar, aquele que me dão já está justificado. Mas ao longo de um ano de esforço pela camisola que visto, (onde o patrão tem comigo sempre lucro, passe a imodéstia,) merecia outro. Isto para não referir que o facto de aturar as más disposições dos colegas de trabalho, o stress traumático dos transportes que se dizem públicos, as más condições das dez/doze horas que se passam num dia cheio ou a má alimentação que um gajo é obrigado a fazer durante a sensação de que se podia fazer mais e melhor, acho que mais um era soberbo.
No entanto, há aqui qualquer coisa que me chateia: por muitos mais que me dessem, ou a eles tivesse direito, tenho sempre na ideia todos aqueles que não usufruem de apenas um que seja.

E isso, nunca sei a quem hei-de me queixar. Será ao Totta?

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