8.12.05



Qualificação e competência

Se é moda agora a referência à qualificação dos portugueses pelos candidatos que merecemos ter, então vamos por partes.

Começando já por mim, e olhando para toda a rapaziada que anda nesta coisa dos blogs, sou o gajo menos qualificado de todos quanto conheço.
Posso estar muito bem relacionado com professores, mantenho dialogo com gente boa e estarei bem posicionado com poetas, executivos, escritores, historiadores, e muita malta que até dá na televisão. Aliás, mesmo não fazendo parte dela, sinto-me de tal forma inserido nesta elite que até a minha própria gata já me trata por senhor doutor.

No entanto, não consigo encontrar um sacana de um pedreiro ou de um servente que tenha o raio de um blog. Em termos qualificativos, digamos, ainda não descobri ninguém abaixo do nível a que pertenço que possa falar , ou escrever, sobre a matéria. É um pouco frustrante porque sei de antemão que eles tinham muita coisa p’ra dizer sobre a competência de como cada um faz o seu trabalho.

Falando precisamente em trabalho, todos nós sabemos que a maioria dos portugueses não gostam de trabalhar. Provavelmente, o resto do mundo também. São mais a favor do emprego. Das posições. Das carreiras. Tudo a favor da procura do melhor para as suas próprias vidas, estando-se a cagar para o desenvolvimento do que quer que seja.

Em termos generalistas, nunca tivemos apetência para renovar coisa nenhuma e vivemos sempre ao sabor dos ventos e das ideias de algum iluminado que apareça. Deixamos fugir os cérebros, não apoiamos a iniciativa dos nossos jovens e, por incrível que pareça, continuamos a ser mesquinhos e ciumentos com o sucesso do vizinho.

Mas não há crise. O espírito natalício supera tudo.
Os nossos erros históricos, a falta de respeito de putos com dinheiro (Cristiano Ronaldo), e o adiamento sucessivo de soluções que todos nós sabemos ter, também. Vivó Benfica!

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