11.12.06


Crónicas festivas (1)

Está na hora de iniciar o que a singela criatura indica.
Tem alguma ideia do que vai receber neste Natal?

Quando se passa a barreira dos cinquenta, no meu caso, a vitalidade nas coisas importantes da vida que levámos esmorece um pouco em qualquer área onde nos quisemos impor. Seja em sexo ou álcool, droga ou poesia, política ou luta armada. Os que sobrevivem às consequências nefastas que quaisquer delas provocam quando em exagero, não o negam. É da lei que o próprio mundo impõe.

Daí o estar mais preocupado em dar do que receber; como foi sempre apanágio nesta humilde criatura que rascunha na mediania em contra-baixo neste blog. No entanto, este ano a coisa está preta. Por muito que tente conseguir ganhar mais uns trocos, entre ajudado por dois braços que me abraçam e se coordenam, nunca vai dar para satisfazer as necessidades de todos quantos de mim mais perto vivem.

Não me basta morrer mais um traidor fugido à causa do que é nobre. Não me chegam os gritos aflitos das petições pelas causas da fome, da miséria e da vergonha, que qualquer sociedade que se diga digna, possa conseguir calar. Não me convence a promessa que justiça seja feita a tanto crime por julgar e a tanta mortandade a que assistimos.
São vírgulas e reticências a mais. São máquinas emperradas por olear. São pontos de exclamação sem respostas adequadas e são as merdas do costume que sentado no sofá não consigo resolver.

Sei muito bem que é Natal. Posso não ser é o pai dele.

Sem comentários: