13.2.07






RTP 50 ANOS

São estas pequenas coisas que trazem à realidade quantos anos já passei.
Impossibilitado na escolha de ser filho do Estado Novo, sinto-me um dos netos do 25 de Abril. Só que já cá moram quase cinquenta e três e nem sequer ando a dar por isso.

O facto da RTP comemorar meio século levou-me a lugares longínquos no tempo. Nasci ao lado dela e retenho gratas recordações daquela infância.
Para quem não sabe, a minha escola na Rua de Santa Marta “dava” o dia 7 de Março. Dia maioritariamente dedicado aos miúdos. Muitos desenhos animados e muitos filmes. Estarei avulsamente a recordar o gato Silvestre e um outro com uns olhos muita grandes, o Bugsy Bunny, o Coyote, eu sei lá…, só sabia que aquele dia era o dia de fazer “campismo”; almoçava, lanchava e jantava no tapete que estava em frente da televisão.

Sendo de origem humilde, no entanto, tive a sorte de viver os meus primeiros anos na casa da minha tia Esperança. Uma minhota finíssima de trato e de perspicácia incomum que nos deixou faz pouco tempo. Mulher independente, acima da classe média em termos financeiros, que me permitiu desfrutar de oportunidades fantásticas que a maioria dos miúdos da minha rua ainda não tinham. A caixinha que mudou o mundo foi uma delas e comecei a formar-me com o Ivanhoe, com o Robin dos Bosques e com o Oliver Twist, entre outros. Pequenos momentos mágicos (link) da minha vida que ajudaram a lapidar o que hoje sou: uma completa miscelânea maluca daquela década.

Por isso, antes que passes o “Vamos dormir”, obrigado RTP!
Por tudo.

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