18.4.07



18 d'Abril

Fazer anos é como rever capas de discos já usados. Páginas a preto e branco onde se apontam datas e rabiscos que escondemos. Coisas raras que guardamos.

E em todos eles, sentimos a proximidade com quem já estivemos.
Existem retratos que provam quem amamos e beijámos todos aqueles que nos seguem. De quem ouvimos o primeiro choro, a primeira palavra que disseram e o primeiro andar.
Mas fazer anos, é ir mais longe. É dar pulos sem olhar para trás. É dar um passo a mais na direcção de um abismo que nos espera. Logo ali. Num traço de caminho da linha recta que nos foi dado a percorrer.

Fazer anos, também é um imenso mar de gentes e lugares que nos marcaram. É o tic-tac do relógio que nos vinca o andamento. É o minuto seguinte à nossa espera e a vontade de ultrapassar mais uma barreira. Sem cabelos alvos e de medos assustadiços. Soletrando os dias já passados como decorados já estivessem.

Fazer anos faz a prova que acontecemos. De ter aproveitado o que a própria vida deu e ensinou. De conseguir dizer nas palavras do poeta: “Eu vivi!”.
Por isso, um ano mais me aconteceu.

E fico grato por tanta gente boa ter em meu redor. Como agora. Onde ao contá-los, verifico que ultrapassam os anos que já fiz.

Parabéns Thita. Parabéns mano. Parabéns Lourenço.

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