11.3.05



Provavelmente, hoje, quase toda a gente fala, ou falará, sobre terrorismo.
Eu também o faço, não numa de análise sociológica ou vincadamente partidária, (sou inculto o bastante para que possa aprofundar o assunto), mas apenas como se estivesse a deambular sobre o tema com amigos à mesa do café a ver passar mulheres vistosas.

Sobre actos perpetrados em solo nacional, os portugueses não se podem queixar. O sermos pacatos, obedientes, e não constar da lista das ameaças estrangeiras, muito menos invasoras, são pontos a nosso favor. Ao contrário de países poderosos, onde a força política instalada agride, interfere, invade, rouba, mata e sacrifica outros povos para seu próprio benefício, em nome de sei lá quantos disparates e ganâncias, que seria de esperar senão uma retaliação que posso muito bem apelidar de legítima defesa.

Esta afirmação pode custar-me cara, da forma como será entendida. Pensarão: “este gajo defende o terrorismo!”? Nada disso. Mas entendo-o.
E não ter passado por situações que os chamados actos terroristas provocam, não me impede, também, de entender a dor, o sofrimento, a revolta de quem, diz-se, não ter nada a ver com isso. Mas tem. Os analistas na matéria não o escondendo, velam-no.
E os politicamente correctos sabem disso.

A sociedade actual funciona dum maneira tão indecorosa que o cidadão comum não se apercebe que é carne para canhão, moeda de troca. Seja em Jerusalém, em Nova Iorque, Bagdade ou na Cochinchina. Os veículos de transmissão das regras impostas pelos senhores do mundo encarregam-se disso. Os submissos também.

Os tempos são outros, pode-se contrapor. Está certo. Mas as lutas continuam as mesmas. O que mudou foram os métodos. E desde que o mundo é mundo, o Homem sempre quis ser um caçador nato. Mas qualquer presa tem o direito, e o dever, a defender-se do predador.

É importante não descurar esse pequeno pormenor.

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