7.6.05



As Mulheres da minha vida

Estou a pensar divorciar-me das mulheres da minha vida. A sério! E o problema maior é que elas ainda não sabem e nem descubro a forma de lhes dizer, diplomaticamente. Estive a imaginar como é que vou separar-me do computador sentindo a falta daquela voz que diz “ migo, o jantar tá pronto!” quando estou precisamente a atingir o clímax virtual. Não me reconheço sem aquele telefonema do costume a questionar se o “Pai, está bem?” quando estou a meio de um jogo de snooker ou sem a mangerica mais velha que me alerta para a nova casa que vai comprar mais a sugestão que tenho para os móveis do T4 que vai estrear. Já não aguento!

As mulheres da minha vida atrafulham-me, atanizam-me, atrapalham-me, e fazem de mim o mais feliz dos homenzinhos em idade de ter juízo. E não era essa a ideia que eu tinha da velhice.
Ainda ontem tive uma mocinha cá em casa que, de radiante, me lembrou que fazia vinte e cinco anos. Só p’ra chatear. No sábado que vem, há-de aparecer outra gaiteira que vem logo atirar-se para o meu colo sabendo de antemão que ando à rasca da espinha. Antigamente era mais fácil prender-me às mulheres da minha vida. A Lídia Franco, a Edite Estrela e a Nastassja Kinski são testemunhas disso. Nunca as incomodei mesmo sabendo que as amava. Tal como a minha professora de Geografia. Uma açoriana rebelde e lúcida que ostentava umas medidas mediterrânicas elementares.

Tenho um dilema terrível e estou com uma dor de cabeça insuportável para decidir alguma coisa. Mesmo sabendo que daqui a bocadinho tenho que dar um saltinho às dos blogs.
É o que faz ter muitas Mulheres na vida…

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