17.6.05



Sou optimista por natureza mas tenho os meus momentos de nostalgia. Como quase toda a gente. Por vezes, olho-me para dentro sem precisar de espelho e interrogo-me sobre a vida. A minha e a dos outros que me são próximos. E da morte. Da morte súbita, da morte anunciada, daquela morte que faz com que qualquer um se sinta mal.

Vivi plenamente a minha juventude – ou o que isso queira dizer – recheada de aprendizagens novas e muitos disparates. Costumo até dizer que a vivi depressa demais. E quando nada nos chateia tudo corre sobre rodas. Vai-se vivendo e rindo, o que se julga ser a eterna juventude. Despreocupadamente aproveitada. Mas quando se obtém a realidade nua e crua dos números do bilhete de identidade, a coisa muda de figura. Quando vemos desaparecer ao nosso lado pessoas da nossa idade, ou muito próximo disso, pensa-se imediatamente que a próxima hora pode ser a nossa. Uma hora de que não tenho medo algum mas que me deixa já saudoso só de pensar nela. Nela? Eu disse Nela?

Então, antes que seja tarde, vem daí miúda. Vem com a gente. Anda viver mais um dia. Venham todos.

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