20.1.04



poemas soltos esquecidos

sou um testamento que nada ou pouco deixa
fui um minuto que passa
com uma pena arrancada a ferros
fui apenas mais um dia que ultrapassa
e umas quantas dores a que não devo responder

fui o meu entendimento e refugio
do qual ninguém se percebeu
fui o mais fácil e o mais difícil
fui a pena de mim
sou a falta de ti
e a noção de que alguma coisa me faltou

amanhã não é o fim do mundo
e aprendi com a vida a não chorar
quer a última ou a primeira vez que sempre dói
é mais um dia
que nunca consigo acabar

sou eu enfim
que acabado de chegar já estou partindo
e indo
para onde é o meu lugar

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