17.10.04


Debora; Marco; Cristina e Gina.
Lia; Rui e Eduardo Jorge.

Para filhos e netos

Bom dia, miúdos!
A vida de um pobre coitado não é fácil. É quase tão difícil, ou igual, como ser um cromo, um barra, um expert. Enfim, um gajo importante.
Sempre admirei a Cultura (s. f., desenvolvimento intelectual, saber; estudo, elegância; esmero; conjunto dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e de outros valores morais e materiais, característicos de uma sociedade; civilização.) e tenho profunda admiração, para não dizer inveja, dos bloggers que levam esta brincadeira a sério. Pendam eles para cima, pendam eles para baixo.
Não sei…, são coisas que não consigo explicar e que tornam mais apetecível o contacto que mantenho com os textos que escrevem. Seja em prosa, seja em verso, seja da maneira que mais lhes aprouver. Gosto de os ler e pronto. Muitos deles, aliás, nem sabem que existo quanto mais apregoar que sou bom chefe de família (Benfiquista, entenda-se). Bom, mas isso agora não interessa nada, como diz a outra.

Isto vem a propósito da morte nesta semana de duas pessoas que nunca vi mais magras, confesso: Fernando Sabino e Jacques Derrida.
Mas, mesmo com sete palmos de terra em cima, aprender com eles nunca é tarde. Porque essa treta de se nascer com o cu virado p’rá lua terá um dia que acabar. O facto da minha pessoa nunca ter dado o devido valor à leitura de quem mais sabe não indicia que os mais novos se estejam a borrifar para isso.
Hoje em dia há mais bibliotecas numa só cidade do que havia em todo o meu concelho. A desvantagem de ter aprendido muitas coisas em sussurro não me foi benéfica. Hoje, qualquer puto como vocês, tem à mão de semear os conhecimentos que eu não tive na adolescência e a troca dessas informações torna-os mais adaptados a oportunidades que, no meu tempo, tive que rejeitar. Por ignorância.

Como velho parvo que sou deixo-vos um conselho: ilustrem os vossos filhos do modo mais completo e abrangente que conseguirem. Porque, como diz um amigo meu do País do Carnaval: ser pobre é chato p’ra caramba, mas ser pobre e ignorante é foda!

Agora vou debruçar-me sobre aqueles dois. Antes que seja tarde.


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