5.2.04



Por detrás de um blog (desenvolvimento)

Na sequência do post do dia 24, alguns apontamentos à descoberta de quem está por detrás de um blog. Sujeito-me a ter uma margem de erro enorme se afirmar que, a maioria, são pessoas solitárias que vêm na Internet um modo de convivência que não têm (ou não querem ter) no seu dia-a-dia. Sujeito-me, também, a inúmeras vaias se escrever que a esmagadora maioria desses “sós”, são... mulheres. Ou porque não são (ou não foram) felizes com o amor, ou porque julgam que ninguém as compreende e expressam através de um blog e de um pseudónimo os seus sentimentos incompreendidos, esperando “do outro lado” a resposta calorosa ao seu “grito de socorro” ou “de revolta”. Também há as que, independentes q.b., extravase toda a sua personalidade numa página pessoal onde ninguém pode, realmente, reconhecê-las. Temos vários exemplos na blogosfera. Basta ler com um pouco de atenção o que escrevem e da forma como o fazem.

Os homens preferem outro caminho. E tal como ali, aqui sujeito-me a algumas berlaitadas se o meu atrevimento de “pessoal das barracas” não amedrontar quem m’as quiser dar. Tal e qual como nos cafés ou nos bares, como nos empregos ou nas sociedades, ou como nos ajuntamentos familiares, a política e o futebol reinam. É demonstrativa a opinião sempre formada, e actualizada ao pormenor, em tudo ao que acontece à sua volta. O virtuosismo de expressarem os seus conhecimentos resvala, por vezes, para uma vaidadezinha que se transforma em arrogância intelectual. O “dar palpites” foi sempre moda nos portugueses e muitos desses blogs não fogem à regra.
Mas os blogs são isso mesmo. Páginas e páginas de gente misteriosa e inacessível. Textos e textos com cenários mágicos e cativantes. Posts e posts de imensas coisas sórdidas e comprometedoras. Links e links de compadrios cúmplices. Quase que me atrevia a dizer que um conjunto de blogs são o sim e o não entrelaçados num auto isolamento recheado de nostalgia disfarçada.

Mas gosto, uns mais outros menos, dos blogs todos. Aliás, sou um adaptado, ou o que isso queira dizer. Ainda para mais, também tenho um. Ou mais.
Ah!... também proliferam os mentirosos como eu que recebem mais que aquilo que dão.
Mas aqui, tenho o dever de penitenciar-me. Digo eu. Porque, no final das contas, nunca poderemos descobrir ao certo quem está por detrás de um blog.
Agora vou andar por aí o tempo livre de que disponho a ler os outros. Porque já sei que quando cá chegar tenho a casa toda num caos de impropérios e coisas que nem quero lembrar agora.
Fiquem bem.

Sem comentários: